Crise econômica, concorrência desleal e política de preços levam à falência 20% das revendas de gás de Maringá. Vem aí novo aumento da Petrobras

  • A concorrência desleal praticada por clandestinos, o despreparo de microempreendedores, a crise econômica e a política de preços da Petrobras levaram à falência 24 revendas de gás registradas na Agência Nacional de Petróleo (ANP) este ano em Maringá. A cidade ainda tem 94 revendas.

    Outra dez empresas também encerram as atividades em Sarandi, Paiçandu e Marialva. Em todo o Estado, segundo os dados da ANP, o número chega a 628. A presidente do Sinegás, Sandra Ruiz, diz que a combinação dessas situações tem inviabilizado o negócio.

    “As revendas estão sufocadas. O mercado é muito concorrido e as empresas sempre têm a dificuldade de repassar os aumentos. Só que toda vez que um revendedor segura e não reajusta os preços, coloca em risco a situação financeira da própria empresa”, afirma Sandra.

    Este mês, as revendas passaram a comprar gás 3% mais caro ante agosto, devido aos reajustes salarias dos funcionários das distribuidoras. No mês passado, o gás já havia tido alta de 8% por causa do Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final, aplicado pelo secretaria estadual da Fazenda.

    Segundo Sandra, esse novo percentual ainda não foi repassado ao consumidor final por boa parte das empresas da cidade “devido à crise financeira e da concorrência desleal com revendedores clandestinos, que têm vendido produto ilegal, colocando em risco a segurança das famílias”.

    Também é esperado novo reajuste da Petrobras em outubro, pois no início do ano a estatal adotou a política de reajustes trimestrais. Além das altas, tem o problema da concorrência com os piratas, que vendem o produto por um preço menor”, acrescenta a presidente do Sinegás.

    Segundo ela, o combate às revendas clandestinas, que deixaram de ter ponto fixo, ficou mais difícil: “Os piratas agora colocam todo o estoque na caminhonete e rodam a cidade, vendendo gás de porta em porta. Eles não pagam impostos e nem respeitam as normas de segurança”.

    Questionada onde esses ambulantes compram o gás que repassam aos consumidores a preços mais baixos, Sandra disse que “em Paiçandu, por exemplo, tem uma revenda que abastece uma porção de clandestinos e que não percebe que está prejudicando o próprio negócio”.

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