Maringá, a região mais pessimista em relação às expectativas de venda no varejo no início do ano, agora é uma das mais otimistas do Paraná. Pesquisas são da Fecomércio

  • A maioria dos empresários maringaenses do comércio, serviços e turismo está otimista em relação ao segundo semestre deste ano, mas no geral a maior fatia dos paranaenses não aposta na recuperação econômica do Brasil antes de três anos, afirma que não fará investimentos e que pretende manter o número de colabores atual.

    Os dados são da pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio-PR), que mostra que o otimismo subiu em Maringá e região, saltando de 44,4% no primeiro semestre para 62% no segundo. A região tinha o maior pessimismo no inicio do ano e agora tem o segundo melhor porcentual de otimismo do Paraná.

    Os números em relação as expectativas dos empresários da cidade em relação ao restante do ano apontam que 20% responderam que as condições estão indefinidas ou simplesmente não responderam, 12% apontaram que são desfavoráveis e 6% se revelaram indiferentes. Os mais otimistas são da região Oeste e os menos da região de Ponta Grossa.

    Reflexos de investimentos em novos negócios

    O vice-presidente da Associação Comercial e Empresarial de Maringá (Acim), Carlos Ferraz, ressalvando que “não conhece 100% a metodologia da pesquisa, para saber se foi mantida em ambos os períodos”, atribui a melhora das expectativas positivas aos investimentos que estão sendo feitos em novos negócios na cidade.

    Aponta a ampla reforma do Shopping Cidade, as inaugurações recentes de dois novos hotéis, a vinda de uma grande loja de departamentos, da Renner, e importantes lançamentos imobiliários de construtoras como A. Yoshii, Plaenge e Pedro Granado: “Esses investimentos só estão sendo feitos porque terão retorno e isso melhora as expectativas”.

    A série histórica das pesquisas da Fecomércio mostra que, no Paraná, o primeiro semestre de 2016 foi o pior desde 2009, quando apenas 31% dos empresários acreditam que teriam aumento nas vendas. Este ano, o índice caiu. No primeiro semestre, 59% tinham uma expectativa favorável nas vendas, e agora apenas 51,0% acreditam nisso.

    A recuperação é plausível para 45,9% dos entrevistados das seis regiões – Oeste, Sudoeste, Maringá, Ponta Grossa, Curitiba e Londrina, mas não antes de dois ou três anos de decisões assertivas na esfera política. Para 26,6% a situação do país só deve melhorar em cinco anos.

    O dirigente da Acim, Carlos Ferraz disse que, quando se fala de retomada do crescimento econômico, é preciso fazer algumas divisões, a começar pela indústria, segmento no qual atua mais fortemente: “Em uma reunião em São Paulo na semana passada, a avaliação  foi que apenas em 2020/2021 o setor têxtil e confecção chegará aos níveis de 2014”.

    Observou que, embora estar retornando ao passado não seja o ideal, “é importante saber que a curva nos próximos anos será ascendente e indica uma retomada, ainda que muito pequena”. O crescimento do setor se deve a uma supersafra de algodão, que deverá ser ainda melhor na próxima, “o que vai gerar exportações e divisas para o Brasil”.

    Empregos são gerados por novos negócios

    A tendência com relação ao quadro funcional é a manutenção do número de colaboradores para 68,6% dos empresários ouvidos. Na edição anterior da pesquisa, esse percentual correspondia a 67,7% dos entrevistados. No entanto, a parcela de empresas que devem reduzir o número de funcionários subiu, passando de 10,9% para 16,6%.

    A maioria dos empresários, 58,1%, afirma que não fará novos investimentos, porcentual semelhante ao do primeiro semestre, 58,4%. O número de empresas que pretende investir nos negócios caiu de 30,5% para 26,9%. Dentre os que pretendem investir, os pontos mais citados foram reforma e modernização, capacitação da equipe e publicidade.

    Quanto à geração de empregos, Ferraz lembrou que o último Caged, pesquisa do Ministério do Trabalho, apontou um crescimento de 34% no saldo de demissões e contratações do primeiro para o segundo trimestre em Maringá: “Saltamos de 1.337 vagas para 1.785, mas quem está gerando emprego são os novos negócios”.

    O empresário acrescentou que “historicamente o segundo semestre costuma ser melhor do que o primeiro” e que, apesar do otimismo ter melhorado, “inclusive porque Maringá é uma cidade diferenciada”, o empresariado “está agindo com cautela, investindo mais na qualificação da equipe, para melhorar a produtividade, do que em geração de vagas”.

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