Setor industrial da microrregião de Maringá reverte cenário negativo no saldo de empregos e passa a admitir mais do que demitir

  • De acordo com dados levantados pelo departamento econômico do Sistema Fiep, as indústrias da microrregião de Maringá, que também inclui Mandaguari, Marialva, Paiçandu e Sarandi, já conseguiram reverter o cenário negativo de empregabilidade registrado no ano passado.

    O saldo entre contratações e demissões, de janeiro a dezembro do ano passado, foi de -583, ou seja, foram fechados 583 postos de trabalho na microrregião. Já de janeiro a maio de 2018, cinco meses, portanto, o saldo é já positivo, de 816 novos postos criados.

    O economista do Sistema Fiep, Evânio Felippe, explica que este é um indicador que sinaliza o início de uma recuperação do setor pós-crise. “Depois de uma fase complicada, com redução de trabalhadores e suspensão de investimentos, o empresariado industrial demonstra estar mais confiante na recuperação da economia, deixando a impressão de que o pior da crise ficou para trás”, comenta.

    Maior participação dos menores no PIB microrregional

    Tecnologia da Informação, Alimentos e Bebidas e Metalmecânico. Das 34.289 indústrias de transformação sediadas no Estado, 2.799 estão instaladas na microrregião. Porém, mais de 77% do Produto Interno Bruto (PIB) ainda está concentrado na cidade de Maringá.

    “Após este diagnóstico, estamos trazendo para a região o Programa de Desenvolvimento de Polos Produtivos, um serviço oferecido pelo Sistema Fiep para alavancar o crescimento e a participação dos municípios menores no PIB regional”, explica Felippe.

    Entre os pilares do programa, que visa a equilibrar a geração de riquezas por região, estão planos de atração de novos investimentos, aumento do nível de recursos dos municípios e do nível de emprego e renda, e melhora na qualidade de vida da população da região.

    “Todo o conteúdo segue uma metodologia específica, desenvolvida pelo Sistema Fiep, na qual o objetivo final é promover o crescimento e trabalhar as potencialidades e vocações dos municípios. A ideia é levar este projeto ao conhecimento do poder público para que possa nos apoiar numa parceria com as indústrias locais, num esforço para o desenvolvimento sustentável da região”, resume.

    Durante sua apresentação, o economista Evânio Felippe também destacou as características e peculiaridades dos polos produtivos na região e falou sobre os principais desafios da indústria. Uma delas é a retomada dos investimentos, ponto fundamental para melhorar a competitividade nos mercados interno e externo.

    Felippe também destacou o impacto que a paralisação dos caminhoneiros causou no setor. “Até maio, a expectativa era bem positiva, as vagas de emprego aumentaram  consideravelmente em relação ao ano passado e havia um otimismo do empresariado com relação à recuperação do setor. Mas os dados mostram que a greve pode sim afetar a criação de novas vagas aqui na região até dezembro”, comentou.

    Ele explica que os indicadores do Sistema Fiep apontaram queda de 15% nas vendas industriais do setor produtivo do Paraná em maio. “Este é um forte indicativo de desaceleração nas contratações no Estado. Somente nos próximos três meses será possível fazer um diagnóstico mais preciso sobre como o mercado e a economia vão se comportar até o fim deste ano”, afirmou.

    Mas o economista também destacou que a iniciativa da entidade, de lançar um programa de desenvolvimento nos municípios menores é um incentivo para promover a recuperação do segmento industrial em toda a região.

    “É nos momentos de dificuldade que os setores se fortalecem. Esta é uma boa oportunidade para que municípios e empresários se unam em prol do desenvolvimento da atividade e da geração de emprego e renda”, concluiu.

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