Rumo, operadora de ferrovias, assina parceria com Senai para desenvolver projetos de inovação. Investimento inicial em Maringá será de R$ 40 milhões

  • Uma das maiores operadoras de ferrovias do Brasil, a Rumo, e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) de Maringá assinaram um termo de cooperação tecnológica. O objetivo é desenvolver novas tecnologias que colaborem para a inovação do modal ferroviário brasileiro.

    As ações serão desenvolvidas no Instituto Senai de Inovação em Engenharia de Estruturas (ISI-EE), dentro do Senai-CTM de Maringá. Com um investimento superior a R$ 40 milhões, obtidos por meio de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a previsão é que as instalações estejam prontas no segundo semestre de 2019.

    São 15 laboratórios em um prédio com 3,1 mil m². Um deles será exclusivo da Rumo, concessionária que oferece serviços logísticos de transporte ferroviário, elevação portuária e armazenagem. Com sede em Curitiba, a concessionária tem mais de 12 mil quilômetros de linhas férreas em todo o Brasil.

    Segundo o gerente de inovação da Rumo, Lucas Tomas, Maringá foi escolhida por concentrar algumas atividades econômicas da empresa. A concessionária tem uma base de carregamento ferroviário na cidade e faz escoamento de soja, milho e açúcar até o Porto de Paranaguá. “Maringá representa um corredor de exportação importante”, afirma.

    Lucas Tomas explica que a proposta da Rumo é inverter a cadeia de produção. Em vez de comprar tecnologia, a concessionária pretende desenvolver as próprias soluções tecnológicas: “Com isso, a gente ganha maior agilidade, segurança e em vez de importar tecnologia a gente desenvolve tecnologia local que fomenta a indústria paranaense.”

    A ideia é que dentro do instituto de inovação, especialistas da Rumo, do Sistema Fiep e universitários possam trocar experiências e desenvolver soluções tecnológicas. Entre as possíveis atividades que podem ser desenvolvidas dentro do laboratório estão a elaboração de vagões mais leves, técnicas em obras civis ferroviárias e a transferência de tecnologia para o desenvolvimento de fornecedores locais.

    Segundo Tomas, além dos benefícios econômicos e tecnológicos, a parceria também contribuiu para que estudantes de engenharia e da área de eletrônica, por exemplo, participem dos projetos. “As possibilidades são para aqueles que vão seguir na pesquisa acadêmica ou que vão para o mercado de trabalho”, explica.

    Para o gerente de inovação da Rumo, a greve dos caminhoneiros levantou a discussão sobre o modal ferroviário brasileiro e a importância de buscar soluções inovadoras que  desassociem a imagem do trem como meio de transporte ultrapassado.

    “A ferrovia é um marco da primeira Revolução Industrial e hoje, na quarta Revolução, a gente discute quais são as possibilidades que podem ser aplicadas para a ferrovia”, afirma.

    Instituto de Inovação também atenderá outras áreas

    Para o diretor do Instituto Senai de Inovação, Nério Vicente Júnior, a parceria com a Rumo contribuiu para desenvolvimento de novos fornecedores locais para o setor ferroviário e ajuda a região a se destacar no mercado mundial.

    “Os frutos dessa parceria poderão ser explorados por toda a comunidade industrial e regional, com a possibilidade de uma atuação de forma internacional, pois a região pode se transformar, em poucos anos, em um polo latino-americano da indústria ferroviária”, prevê.

    A estrutura do Senai também vai atender outras demandas. O espaço será aberto para as indústrias que buscam soluções inovadoras para o seu modelo de negócio. De acordo com Nério Vicente, a atuação do instituto será voltada para os segmentos da construção civil, transporte e mobilidade, energia, petróleo e gás, máquinas e equipamentos.

    “As ações são variadas, indo de forte interação com grandes empresas, com foco em transferência de tecnologia, até o apoio de startups e pequenas empresas de base tecnológica”, explica.

    O instituto terá laboratórios de realidade virtual, simulação computacional e equipamentos de instrumentação para aquisição de dados em campo. Para participar do laboratório, as empresas precisam entrar em contato por meio no site do Senai.

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