Nenhum caminhão, de produtor ou comprador, passou pela Ceasa de Maringá nesta quinta-feira (24/5). “Tudo parado”, resumiu o gerente da Central, Paulo Cesar Venturin, nesta manhã, acrescentando que apenas “cinco ou seis produtores, com carros baixos” levaram seus produtos para comercialização, “mas não tinha nenhum comprador”.
Às terças, quintas e sextas-feiras, entre 300 e 350 caminhões de produtores e compradores circularam pela Ceasa de Maringá. “Acho que amanhã (25/5) vai ser pior ainda, se é que há como piorar”, disse Venturin. Entre 60 e 70 produtores de várias regiões do Paraná e outros Estados costumam comercializar seus produtos na Ceasa.
O movimento dos caminhoneiros mantém um bloqueio próximo à Ceasa, na PR-317, mas os produtores e compradores, sabendo das dificuldades, nem tentaram chegar na Central. “Os cinco ou seis que vieram de caminhonetes, que têm propriedades aqui por perto, voltaram com tudo que trouxeram e já disseram que não voltarão amanhã”, disse.
Segundo o gerente, caminhões carregados que se dirigiam para Ceasa de Maringá, vindos das regiões de Curitiba e Guarapuava, na segunda-feira (21/5), ainda estão parados em bloqueios rodoviários, da mesma forma como caminhões de comprados que vinham do Mato Grosso do Sul. “Daqui a pouco os mercados varejistas terão problemas”, prevê.
Os principais clientes da Ceasa de Maringá são revendedores, como mercados e supermercados, restaurantes e pequenos distribuidores. E mesmo diante da escassez de compradores, alguns produtos, especialmente os que são produzidos em regiões mais distantes, como batata e cebola, subiram de preço.
O saco de 60 kg de batata saltou de R$ 90 para R$ 250 e o saco de 20 kg de cebola subiu de R$ 80 para R$ 95. “As empresas que estão instaladas aqui ainda têm algum estoques, principalmente dos produtos com maior durabilidade e que podem ir para a câmara fria, mas folhagens, como repolho e acelga, por exemplo, não tem mais”, disse Venturini.
A Ceasa costuma ser um importante termômetro da tendência de abastecimento e de preços de verduras, frutas e legumes. A queda no fluxo de vendedores, que em boa parte são produtores, e compradores na Central, acaba se refletindo nas gôndolas dos supermercados e, por fim, na mesa dos consumidores.
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