Dos 1.674 postos de trabalho criados em Maringá no primeiro trimestre de 2018, 45% foram ocupados por quem tem ensino superior. Além de mão de obra qualificada, a cidade encerrou 2017 com 405 creches, pré-escolas e estabelecimentos de ensino fundamental e médio públicos ou privados. E terminou 2016 com doze instituições de ensino superior presencial e 43.351 acadêmicos, o equivalente a 9% de todo o Paraná.
Os números reforçam a vocação de Maringá como polo educacional e mostram que no Dia Internacional da Educação, celebrado neste sábado (28/4), há o que comemorar. O levantamento é do Conselho de Desenvolvimento Econômico (CODEM) feito com base em informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).
A economista do CODEM, Yasmine da Mata Mendonça, destaca o reflexo positivo que a educação tem na economia.
“A educação é um dos pilares do desenvolvimento econômico que se sustenta ao longo dos anos. Por meio de investimentos em pesquisa e desenvolvimento no meio acadêmico, pode-se gerar avanços tecnológicos, ganhos de produtividade, e produtos e serviços de alto valor agregado. Os avanços na educação refletem em todos os setores da economia e tem como uma de suas consequências o aumento da renda da população”, analisa.
Presidente da Câmara Técnica de Educação do CODEM, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Noroeste do Estado do Paraná (Sinepe-NOPR) e diretor geral da Faculdade Cidade Verde (FCV), José Carlos Barbieri afirma que a atenção especial dada para a educação ao longo da história de Maringá colaborou para os bons resultados do setor.
“Maringá é diferente desde a fundação, quando aqui chegou uma companhia de ingleses preocupada com uma forma diferente de colonizar a cidade. Depois, os primeiros imigrantes, da Itália e Alemanha, por exemplo, também tinham uma preocupação com a educação”, pontua Barbieri, ressaltando, ainda, a importância da Universidade Estadual de Maringá (UEM) no processo de consolidação da educação local.
“Temos uma instituição pública de quase 50 anos e com muitos cursos. Isso contribuiu para termos a fundação de outras faculdades privadas, que inicialmente apostaram em formados na UEM para serem seus professores e coordenadores. Hoje, muitos estudam em Maringá e ficam por aqui. Outros voltam para as suas cidades, falam de Maringá e motivam outras pessoas a estudarem no município.”
O vice-reitor da UEM e membro da Plenária do CODEM, Júlio César Damasceno, afirma que a universidade defende a realização de um trabalho integrado para o desenvolvimento do setor educacional.
“Todos os atores públicos e privados dos mais diferentes níveis, da educação básica à superior, devem atuar de forma integrada, inclusive as faculdades e centros de ensino. Afinal, somos elementos de uma mesma engrenagem”, diz.
De acordo com Damasceno, os serviços, muitas vezes exclusivos, disponibilizados pela UEM, aliados à capacidade de captação de recursos para investimentos, à boa relação com centros de ensino internacionais, e à qualidade e diversidade dos cursos de graduação e pós-graduação justificam porque a UEM e a educação de Maringá são referência.
Vice-presidente do CODEM e vice-reitor da Unicesumar, Wilson Matos Filho avalia que a educação é decisiva para que Maringá sempre apareça nas melhores posições dos rankings de qualidade de vida.
“Temos na cidade empreendedores visionários que compreendem como uma educação sólida e de qualidade pode proporcionar positivamente na formação profissional e pessoal das pessoas e o quanto elas podem devolver em contribuição para a sociedade o que conquistam com suas profissões”, pontua.
Ensino superior presencial é um dos eixos do Masterplan
O papel de protagonista da educação em Maringá foi comprovado na primeira etapa do Masterplan, estudo socioeconômico que planeja a cidade para até 2047.
O estudo foi realizado por uma consultoria internacional especialista em cidades, a PwC, que identificou setores-chave da economia local, entre eles a educação. As questões sobre o setor são trabalhadas agora em câmaras técnicas do CODEM.
“Formaremos um fórum de debates entre os setores produtivos visando geração de emprego e renda com valores agregados”, pondera o presidente da Câmara Técnica de Educação, José Carlos Barbieri.
“A intenção é que possamos contribuir na formação de profissionais altamente qualificados para que a educação seja a alavanca na construção de uma Maringá mais justa e qualificada. Temos que buscar experiências de sucesso nos diferentes setores educacionais de Maringá para construirmos um ambiente com mais eficiência, produtividade, inovação e de contribuição para o desenvolvimento dos outros setores-chaves”, completa.
A visão que o CODEM tem para a “Maringá 100 anos” é “ser referência de educação transformadora, inclusiva, acessível e inovadora para formação de indivíduos autônomos e críticos, sustentada por educadores valorizados e qualificados”.
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