Um estudo feito pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-PR), mostra que o principal obstáculo à adoção de processos de produção amigáveis ao Meio Ambiente, indicado por 37,44% dos empresários, é que são muito caros e para 15,08% não são lucrativos.
Já a principal vantagem, indicada por 35,43% dos empresários, é a preservação para as futuras gerações e para 20,35% a conformidade com a lei. Outros 18,59% indicam que a vantagem apontada é a imagem da empresa no mercado e apenas 5,53% apontam a redução de custos de mão-de-obra, materiais ou energia.
O estudo, que é anual, ouviu 398 indústrias em todas as regiões do Paraná e de todos os portes, que geram 47 mil empregos. O objetivo da sondagem é disponibilizar um panorama do desempenho industrial paranaense em 2017 e apontar às perspectivas para 2018.
E, nesse sentido, mostra que 63,57% do empresariado estão otimistas em relação ao ambiente de negócios – e esse é o melhor dado desde 2015 e equivalente ao registrado em 2009.
“O empreendedor está um pouco mais otimista. Ele percebeu que se ficasse esperando a crise passar, seria engolido por ela. Conseguiu descolar um pouco deste cenário e se voltar para dentro do seu negócio, percebendo oportunidades”, destacou o presidente da Fiep, Edson Campagnolo.
Infraestrutura do Paraná é insuficiente
Com exceção da energia elétrica, a maioria dos industriais paranaenses ouvidas pelo estudo da Fiep e Sebrae-PR, está insatisfeita com a infraestrutura do Estado. Os portos paranaenses foram qualificados por 44,22% dos empresários como “indiferente”.
Outros 37,44% atribuem aos poucos incentivos governamentais como a maior desvantagem do Estado. Quanto às vantagens, 15,33 % dizem que ó diferencial é a mão-de-obra qualificada.
Apesar dos ganhos de produtividade que vêm obtendo, o empresariado aponta vários empecilhos para enfrentar a concorrência no mercado interno. Entre as possibilidades de respostas existem dois grandes grupos, os externos e os internos.
Entre os externos, que são também os maiores, foram apontados os elevados custos dos tributos (69,85%), encargos sociais (60,55%), financeiro (44,47%) e de distribuição (24,62%).
Entre os internos à empresa, os mais citados foram os elevados custos de fabricação (32,66%), mão-de-obra não qualificada (21,36%), fornecedores inadequados (12,81%) e falta de modernização tecnológica (11,81%).
Cargos de direção são ocupados por indicação
Segundo 34,47% dos industriais paranaenses, a contratação de diretores, gerentes e mão-de obra estratégica é feita por “relacionamento da diretoria através de indicação de amigos, clientes ou fornecedores”.
Em 22,13% dos casos, é o departamento de recursos humanos encarregado desta contratação. Para outros 20,43%, a contratação se deve ao treinamento e desenvolvimento gerencial interno com plano de carreira.
Os industriais paranaenses opinaram que faltam no Estado, mais e melhores instituições para a formação de mão-de-obra especializada (26,13%), provocando nas empresas a necessidade de destinar recursos para treinamento e incentivos à educação e aprendizado (38,44%).
Por outro lado, 23,87% apontam que os salários para a mão-de obra especializada são altos e faltam profissionais para ocupar posições de alto nível gerencial (19,60%). Apenas 14,82% estão satisfeitos com as instituições de formação de mão-de-obra.
Os industriais afirmam que, nos momentos de baixa produção, 44,22% optam por manter os funcionários contratados apesar de reduções no faturamento, mas 28,39% reduzem o nível de emprego e 22,86% dão férias coletivas. Cerca de 20,85% usam o banco de horas.
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