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O mundo dos negócios tornou-se um campo de complexidade elevada e o Brasil não opera em uma ilha. As diretrizes do último Fórum Econômico Mundial (WEF) 2025 explicam com clareza: sustentabilidade, tecnologia, reconfiguração das cadeias produtivas e transformação da força de trabalho são mais do que temas do momento, são vetores que vão redesenhar o jogo empresarial.
Minha missão como conselheiro e mentor é justamente conectar essas diretrizes globais ao contexto concreto e urgente de cada empresa. Não basta saber que a sustentabilidade é relevante, é preciso transformar isso em decisões diárias, que moldam cultura, processos, performance humana e estratégia.
A disrupção global, somada às tensões geopolíticas, exige que as empresas brasileiras construam o que o WEF chama de “musculatura geopolítica”. É a capacidade de antecipar choques, ajustar rotas e proteger o negócio com previsibilidade, mesmo quando tudo muda muito rápido.
A instabilidade das cadeias globais nos empurra para uma postura preventiva: diversificar fornecedores, investir em inteligência logística e automatizar processos são medidas de proteção mas também de competitividade. Se ignorarmos isso, podemos até operar, mas nunca crescer com segurança.
A revolução tecnológica está na dianteira dessa transformação. A IA não é um luxo futurista, ela já está desenhando o que será possível em eficiência operacional, personalização de mercados e tomada de decisão em tempo real. Mas usar IA sem governança, sem treinamento do time e sem alinhamento ético, significa abraçar riscos invisíveis que corroem reputação.
Ainda falando de futuro, os números do relatório Future of Jobs 2025 são reveladores: até 2030, 170 milhões de novos empregos emergirão, enquanto 92 milhões serão extintos. A habilidade de aprender, desaprender e reaprender será a moeda da liderança do amanhã. Como se preparar? Com programas de requalificação, cultura de inovação e flexibilidade estratégica.
Não podemos esquecer da urgência climática e ambiental que pressiona cada decisão corporativa. A expectativa global por redução de emissões e pelo reconhecimento do capital natural como parte do balanço financeiro está transformando ESG em estratégia, e não em rótulo tardio. Empresas que resistem a isso arriscam mais do que multas: arriscam perder relevância.
E, por fim, há a interdependência sistêmica. Compartilhar conhecimento, cultivar parcerias públicas e privadas, explorar soluções circulares tudo isso redefine modelos de negócio, reduz vulnerabilidades e abre caminhos para reconstruir economias com propósito.
Se tudo isso soa distante da realidade de um empresário que cuida da folha, da equipe e dos prazos, saiba que minha proposta é construir essa ponte. Integrar o que é global com o que é local, o que é estratégico com o palpável. Construir, a cada passo, uma trajetória que seja sustentável não apenas nos resultados, mas na consciência e na cultura.

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