Todo mundo pode ter alta performance?

Performance não está ligada à intensidade, mas à intenção. Fazer por fazer não é performar. Performar é fazer com impacto.

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    Essa é uma pergunta recorrente nas mentorias, palestras e encontros que tenho com líderes, CEOs e profissionais de RH em todo o país. E, ao contrário do que muitos imaginam, a resposta não está necessariamente ligada a talento nato, currículo robusto ou até mesmo a força de vontade. A verdade é que a alta performance é, antes de tudo, um estado de consciência. É o resultado de uma combinação estratégica entre autoconhecimento, autorresponsabilidade, clareza de propósito e um ambiente que estimule o bem-estar interno. Sem isso, qualquer tentativa de performar será como correr com os pés amarrados o esforço é alto, mas o resultado é limitado.

    Alta performance não é sobre fazer mais. É sobre fazer com consciência, com propósito, com estratégia e conexão. E isso exige uma profunda jornada de autoconhecimento. Quando um profissional entende suas reais motivações, seus valores de engajamento, suas zonas de potência e seus limites, ele começa a agir com mais precisão e intenção. E esse é um ponto que poucos valorizam: performance não está ligada à intensidade, mas à intenção. Fazer por fazer não é performar. Performar é fazer com impacto. E isso só é possível quando se tem consciência de quem se é, do que se quer e de como se contribui com o todo.

    A autorresponsabilidade também é um pilar inegociável nesse processo. Profissionais de alta performance não terceirizam suas entregas, seus erros ou seus resultados. Eles compreendem que a liderança começa pelo próprio comportamento e que ser responsável por si mesmo é o primeiro passo para ser referência para o outro. Essa consciência só se fortalece quando se tem clareza do papel que se ocupa na engrenagem sistêmica da organização. É aqui que entra a importância do pensamento sistêmico complexo, uma abordagem que trago com muita força em minha atuação como conselheiro e mentor. Quando compreendemos que tudo está interligado à cultura, estratégia, comportamento, processos e resultados, começamos a atuar de forma mais inteligente, integrada e eficaz.

    Outro ponto que não pode ser negligenciado é o bem-estar interno. Não existe performance sustentável sem saúde emocional, mental e relacional. O burnout não surge do excesso de trabalho apenas, mas da ausência de sentido, de escuta, de respeito à individualidade e da desconexão com aquilo que se faz. Empresas que não olham para a dimensão humana de seus talentos inevitavelmente limitam sua capacidade de performar. E profissionais que não se responsabilizam por sua própria saúde interna, cedo ou tarde, colapsam. Por isso, precisamos olhar para o invisível que sustenta o visível: o estado interno de quem executa.

    É exatamente para dar suporte a essa análise mais profunda e estratégica que desenvolvi o Método PBC High Talent uma metodologia baseada nas ciências do comp

    ortamento humano que mapeia os valores de engajamento e as seis áreas do bem-estar interno no ambiente de trabalho, conectando tudo isso à estratégia, cultura e resultados da empresa. Com ele, conseguimos identificar não só quem está pronto para performar, mas o que está limitando a performance de talentos com alto potencial. Mais do que apontar caminhos, o Método PBC High Talent permite decisões assertivas, personalizadas e conscientes para a gestão de pessoas.

    Portanto, respondendo à pergunta inicial: sim, todo mundo pode atingir um estado de alta performance. Mas para isso é preciso mais do que vontade. É preciso decisão. Decisão de olhar para dentro, de assumir a própria história, de se desenvolver com profundidade e de se conectar com algo maior. A alta performance não é um destino para poucos, é um caminho possível para todos que estão dispostos a caminhar com coragem, consciência e intenção.

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