A liderança tem muito pra ensinar, mas também principalmente pra aprender

Liderar é aprender. Reaprender. É expandir. É olhar com responsabilidade para o todo e não apenas para a própria função ou para as entregas do mês.

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    Ao longo dos meus 24 anos de atuação com líderes, empresas e ecossistemas de negócios em diferentes estágios de maturidade, se tem uma certeza que carrego comigo é que liderar não é apenas conduzir. Liderar é aprender. Reaprender. É expandir. É olhar com responsabilidade para o todo e não apenas para a própria função ou para as entregas do mês.

    A liderança do presente e principalmente do futuro precisa entender que o tempo do comando unidirecional e do controle cego já não serve mais. O mundo corporativo está se reconfigurando. Estratégias mudam em ciclos cada vez menores. Pessoas estão mais conscientes, mais exigentes e mais conectadas a propósito. Nesse contexto, líder é quem compreende o todo, age com clareza e influencia com consciência.

    Uma liderança sistêmica é aquela que se move com coerência entre o que diz, o que pensa, o que sente e o que entrega. E para isso, é preciso desenvolver consciência estratégica: não apenas pensar no resultado, mas entender as relações que o constroem. O líder que atua dentro da lógica do pensamento sistêmico complexo organizacional sabe que decisões não são neutras. Elas reverberam. Tocam a cultura, os processos, o emocional das pessoas. Influenciam o clima e a perenidade.

    Um dos principais desafios que encontro nas mentorias é a dificuldade que muitos líderes têm em delegar e direcionar seus times de forma clara. Ainda existe a falsa crença de que um bom líder é aquele que centraliza, que não precisa de apoio, que assume tudo sozinho. Mas isso, na prática, gera sobrecarga, improdutividade e baixa performance. O verdadeiro papel do líder é criar ambientes de autonomia com responsabilidade, onde as pessoas saibam onde estão, para onde vão e o que se espera delas.

    Liderar exige também desenvolver a escuta ativa e compreender o que de fato engaja seus colaboradores. E engajamento não nasce de promessas vazias, mas de relações reais, coerentes e significativas. Cada pessoa dentro de uma organização carrega consigo histórias, crenças, medos e aspirações. Cabe ao líder aprender a navegar por essas camadas com sensibilidade e visão estratégica, construindo pontes entre os objetivos da empresa e os desejos legítimos do ser humano que ali está.

    É por isso que sempre reforço: liderança é um campo de expansão de consciência. Um espaço onde ensinar e aprender caminham juntos. Onde humildade e clareza são fundamentais. Onde mais do que técnicas, precisamos de presença, intencionalidade e coragem para confrontar nossos próprios modelos mentais.

    O futuro do trabalho pede líderes preparados para lidar com o intangível. Com os vínculos, com as emoções, com a cultura viva que pulsa dentro das empresas. E isso só é possível quando se tem clareza do papel que se ocupa, consciência da influência que se exerce e coerência entre discurso e prática.

    Se você lidera, seja na ponta da operação ou no alto da estratégia, convido você a refletir: Você está apenas ensinando? Ou também está se permitindo aprender, crescer, rever rotas e ampliar sua visão?

    A liderança que transforma é aquela que, todos os dias, escolhe evoluir. E é nessa jornada que eu, como mentor e conselheiro, sigo acompanhando líderes que decidiram se tornar versões mais conscientes e estratégicas de si mesmos.

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