Se você acompanha o Linkedin, redes sociais de empresários ou notícias sobre o mercado, deve ter ouvido no último mês o termo “quiet quitting”, mas o que ele significa? E quais são os efeitos que ele pode trazer para a sua empresa?
Para começar eu preciso pontuar que a “demissão silenciosa” não é sobre pedir demissão propriamente dito, mas sim uma ideia que vem sendo difundida que não vale a pena se esforçar no trabalho. Muitos jovens brincam com a frase “salário mínimo, esforço mínimo”, entretanto, eles não sabem com o que estão brincando e o efeito que isso gera no mercado de trabalho como um todo.
Destaquei algumas frases do egoísmo virtuoso e do individualismo, defendido pela filosofia objetivista de Ayn Rand, judia e fugitiva da revolução russa que chegou aos EUA na metade da década de 1920. Filosofia a qual eu me identifico e sempre tento repassar à minha equipe:
“Todos têm o direito de tomar suas próprias decisões, mas nenhum tem o direito de forçar sua decisão sobre os outros.”
“O homem que não valoriza a si mesmo, não pode valorizar nada nem ninguém.”
Selecionei essas duas frases para entendermos um pouco sobre esse movimento de demissão silenciosa. Primeiramente, preciso lembrar que essas questões na verdade sempre existiram e, se você como empreendedor, empresário e gestor, for olhar mais de perto o porquê isso acontece, sempre vai encontrar colaboradores descomprometidos com a sua própria carreira.
Muitas vezes você pode até estar carregando uma culpa que não é sua! Pensando o que você está fazendo de errado e qual é o motivo do seu colaborador fazer esse movimento de demissão silenciosa. Eu acredito que as pessoas que tomam essas ações dizem mais sobre si mesmas, enquanto profissionais, do que sobre a empresa na qual estão inseridas.
Imagine: essa pessoa pode trabalhar nas melhores empresas do mundo, é verdade, porém enquanto continuar com esse pensamento de “entregar só o básico, só o que me foi pedido, só o que eu fui contratado para fazer”, vai continuar infeliz com sua carreira e com a empresa em que está trabalhando.
Você, como empreendedor, deve tirar essa “culpa” das suas costas, afinal o homem que não valoriza a si mesmo, não pode valorizar nada nem ninguém. Além disso, você não pode forçar alguém a ter sucesso em sua carreira enquanto essa pessoa não estiver comprometida consigo mesma.
Colaboradores que adotam essa estratégia, não fazem mal apenas a si mesmos, mas também a todo o ambiente e cultura organizacional do local em que trabalham. Ele prejudica a própria carreira, por sempre entregar o básico e não ter destaque, nem chances de promoção e crescimento, até mesmo evitando que outras pessoas o indiquem para outros cargos. Prejudicam a sua empresa por trabalharem desmotivados, não se importando com as metas, objetivos e conquistas da empresa.
Você realmente deseja manter alguém assim na sua equipe? Alguém que além de desmotivado acaba contaminando o ambiente todo?
É claro que existem exceções, converse com a sua equipe, esteja próximo deles, saiba o que você pode fazer para ajudá-los quando eles querem a sua ajuda, porque a pessoa que não quiser, não tem solução! Ela não terá interesse em adquirir novos conhecimentos e experiências, afinal estará focada em sempre entregar somente o “básico”.
O líder da equipe deve estar sempre atento para perceber e evitar esse movimento da demissão silenciosa. Você precisa entender o que motiva os seus colaboradores e qual é o papel do líder na saúde mental da equipe.
A partir desses dois pontos, você conseguirá estar sempre em contato com a sua equipe, conheça bem os seus liderados, entenda quais são seus potenciais, fragilidades, qualidades e soft skills.
Trabalhe e desenvolva em você a habilidade de escutar as pessoas da sua equipe, sempre dê feedbacks sobre o trabalho, o feedback é o alimento dos campeões e seus colaboradores vão se sentir orgulho de participar da sua equipe, vão ser motivados a dar o seu melhor, não vão querer entregar só o básico, afinal elas confiam no líder e vêem que ele promove mudanças que estimulam o crescimento de todos da equipe.
É essencial que você, como líder, ofereça um ambiente com segurança emocional e diálogo para seus colaboradores, sem esquecer dos resultados, que as metas e objetivos da empresa também são importantes e devem ser alcançadas. Dessa maneira, você traz segurança e saúde mental para você e para equipe, evitando que alguma das partes se perca no caminho.
Eu tenho certeza que a sua empresa merece mais do que colaboradores que entregam apenas o mínimo do que esperam do seu trabalho.
Quando você encontrar um colaborador que corre atrás do seu próprio desenvolvimento, instrução e visibilidade, que faz as próprias oportunidades na empresa e que também deseja o crescimento e reconhecimento da organização, saiba que você contratou o profissional certo!
Imagem: Freepik / Foto criada por @stefamerpik
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