Olá, leitor do LiteraturaPost!
Terça-feira chegou e com ela nossa conversa!
Sua bebida quentinha já está em suas mãos?
Quando pensamos em ficção científica, remete a nomes conhecidos e estrangeiros, com histórias complexas cheia de conhecimento científico denso.
Porém temos histórias nacionais que representam muito bem a ficção científica fazem com que o gênero ganhe espaço e credibilidade.
Hoje conheceremos uma autora paranaense de Ficção científica: E.E. Soviersovski, autora de Novas verdades, um único amor e Auhar, o guardião do ar.
1)Conte-nos um pouco sobre quem é E.E. Soviersovski.
Meu nome é Enoízi Soviersovski e escrevo como E. E. Soviersovski (só para facilitar). Sou de Curitiba – PR, casada, mãe de dois filhos e formada em Ciência da Computação, com o que trabalhei durante quase 30 anos. Ingressei no mundo da literatura em 2015, quando comecei a escrever o meu primeiro livro, que foi premiado no concurso Melhores do Ano 2018 organizado pelo blog No Meu Mundo, nas categorias Autora Revelação 2018 e Melhor Capa 2018.
Como amo ficção científica e fantasia, sempre acompanhados de um bom romance, os meus dois livros publicados são de sci-fi com romance e uma pitadinha de fantasia.
Desde 2017 sou membro do Centro de Letras do Paraná (CLP) e também participo da Hardcover, Agência de Desenvolvimento Narrativo do best seller André Vianco. Sou colunista da Folha CWB, tenho vários contos solo publicados, assim como participei de diversas antologias, onde a maioria desses contos anda de mãos dadas com a fantasia. Em alguns deles, cheguei a brincar prazerosamente com o sombrio e, sendo bem honesta, adorei.
Se tem algo que aprendi em toda a minha vivência profissional é que nada é mais compensador do que “trabalhar” com o que se ama.
2) Você acha que a literatura brasileira contemporânea está mudando, que os autores estão se portando diferente?
Considero a criatividade uma das características mais incríveis do povo brasileiro. Então, sim, o Brasil sempre teve autores com histórias incríveis para contar, mas a literatura de qualidade não é feita somente de criatividade. Ela necessita de muita técnica, e ainda há muitos que acreditam que as técnicas engessam e escrita, quando, na verdade, elas auxiliam na sensibilidade e no aprofundamento do texto. Um ponto bastante positivo é que temos observado um aumento nas propostas de repasse dessas técnicas e, consequentemente no desenvolvimento desses autores, prática essa já existente, há bem mais tempo, em outros países.
Somado a isso, com o avanço da tecnologia, consegue-se publicar um livro sem depender de uma grande editora. Um livro digital pode ser disponibilizado para o mundo instantes após o seu cadastro no player, então se o autor (ele mesmo) fizer um trabalho de marketing adequado, por exemplo, usando as redes sociais, poderá ter um alcance inimaginável, se comparado ao de décadas atrás. E se estiver aberto ao autodesenvolvimento, acreditando nesses artifícios que aprofundam a escrita, e na facilidade da utilização da internet para a divulgação da sua obra, certamente obterá resultados diferenciados. Isso é fácil? Simples? Não, nem um nem outro. Há a necessidade de qualidade e muito trabalho em cada etapa do processo, mas este cenário está mudando o perfil da literatura contemporânea brasileira. Para melhor.
3) Ser uma escritora mulher na ficção científica, é, no mínimo, inusitado. Como você se descobrir escritora deste gênero?
Isso aconteceu sem um planejamento prévio. Aliás a escrita do meu primeiro livro aconteceu também sem um planejamento específico. Foi no momento em que me vi fora da empresa em que trabalhei por quase 30 anos, quando me questionei sobre o que eu faria dali para a frente. Como as continuações das séries que eu estava lendo, ainda não estavam disponíveis, resolvi escrever uma das histórias que rondavam a minha mente. Como sempre apreciei um bom romance e não acredito que estejamos sozinhos nesse universo tão vasto, o meu primeiro livro, que era para ser um romance, acabou saindo como uma ficção científica com romance.
O fato de ser mulher não pesou para mim, porque eu estava focada na história em si. E não seria a primeira vez que eu faria parte das minorias em determinadas ações. Fiz a faculdade de Ciência da Computação e apenas 30% da minha turma era composta por mulheres. Mais tarde, como funcionária de um Banco, trabalhei durante alguns anos em uma das equipes de TI, como única mulher. E não tive problemas em nenhuma dessas situações, pelo contrário. Então espero que outras mulheres não desistam dos seus sonhos pelo fato de serem mulheres.
4) Ao se escrever no gênero de ficção científica é necessário muito estudo e pesquisa? Como é o seu processo?
Não há a necessidade de um conhecimento aprofundado em ciência e/ou tecnologia. Eu foco na história em si, nos personagens e no desenvolvimento do romance. E quando preciso de determinada ação, sei que em uma trama de sci-fi ela precisa ter um embasamento científico, mesmo que esse embasamento seja sobre teorias. Nesse caso tanto os livros do Michio Kaku quanto do Stephen Hawking me ajudam muito.
5) O diferencial de suas obras são a mistura apaixonante de romance romântico com a ficcção científica.
Como você mensura isso em sua obra, para que a trama não caia em nenhum dos extremos?
Como acredito que possa haver vida inteligente em outros planetas e galáxias, sempre me pergunto se não pode acontecer de seres de outros mundos terem um viver semelhante ao nosso, com atividades em um dia a dia (como quer que esse dia a dia seja), objetivos e anseios, independentemente de como seja a conformação física desses seres, ou da capacidade cognitiva que tiverem. Por que só nós na Terra teríamos esse poder neste Universo tão vasto? E, na minha visão essa inteligência é tão limitada… Será que em nenhum outro local há um viver com seres de maior conhecimento? Ou de menor?
Então desenvolvi uma história com atividades, paixões, cenas de sexo (por que não?) intrigas e anseios de seres com capacidades diferentes das dos humanos, usando uma tecnologia mais desenvolvida e isso dá o tônus da trama. É uma parceria: um romance que acontece dentro de um contexto extraterreno.
6) O que torna o ponto de vista feminino na ficção científica tão valioso?
O que vejo de valioso em um ponto de vista feminino, é que ele normalmente é diferente do masculino. É melhor? Pior? Eu encaro como sendo somente mais uma proposta, ou seja, outra forma de visão, outro foco. O modo como cada ser vê determinado assunto é único, e homens e mulheres diferem na sua forma de encarar o viver, então vejo o valor na diversidade e isso enriquece a literatura (e o mundo como um todo) porque há histórias para todo o tipo de público.
E o que é valioso também é a oportunidade que os leitores estão dando para histórias de ficção científica escrita por mulheres. Isso é maravilhoso.
6) Os termos Soft Sci e Hard Sci dividem públicos que gostam de histórias complexas das histórias os os elementos de ficção científica se mostram introdutórios ou diluídos.
O que você acha disso? Como você lida com o público? E quais os benefícios da ficção científica soft?
De novo estamos falando de diversidade e, repito: isso é maravilhoso.
Há histórias nas quais a ciência e a tecnologia são parte integrantes da trama. A ciência é realista e baseada em fatos já comprovados, e a tecnologia precisa ser teoricamente possível. São tramas que lidam com matemática, física, ciência da computação, engenharia e até química. Sem um maior aprofundamento, isso caracteriza o que se chama de “Hard sci-fi”. Os meus livros focam mais em personagens, relacionamentos e na cultura local. A ciência é realista, mas se baseia em fatos e ideias não comprovadas. Por isso são caracterizados como “Soft sci-fi”,
Para o autor de sci-fi é importante deixar claro sobre qual é o tipo é o seu livro. E para o leitor, é importante pesquisar a respeito da obra que está comprando, para não ter as suas expectativas frustradas com a leitura. Feito isso, é só curtir a história.
7) O que é essencial em um livro de ficção científica?
Um livro de sci-fi apresenta conceitos ficcionais e imaginativos. Fala sobre ciência e tecnologia, e como os seres ao redor lidam com isso. Evita utilizar o sobrenatural, que é mais recorrente na Fantasia, baseando-se em fatos científicos e reais para compor o enredo. Deve conter uma extrapolação cuidadosa e bem informada de fatos, princípios ou tendências científicas, mesmo que a ciência apresentada nos enredos seja irreal, ainda não exista ou seja improvável. Tratam de viagens espaciais, viagens no tempo, mundos paralelos ou vida extraterrestre, entre outros temas.
Essa é uma definição básica sobre o gênero literário de ficção científica, mas o que não pode faltar mesmo em um bom livro, independentemente do gênero em que for escrito é uma história que toque o leitor, que mexa com os seus sentimentos, que o surpreenda ou o faça refletir. Histórias que contêm características como essas fazem toda a diferença.
8) Quais livros você indicaria para quem AMA ficção científica?
Além dos meus? Rsrs Brincadeiras à parte, vamos lá: Um estranho numa terra estranha, de Robert A. Heinlein; Duna, de Frank Herbert; A Guerra dos mundos, de H.G. Wells. E, é claro, não necessariamente em livros, Star Wars, Star Trek, Interestelar, A Origem, entre outros.
9) Fala um pouco dos seus dois livros publicados: Novas verdades, um único amor e Anuhar, o guardião do ar.
Os dois livros fazem parte da série Drah Senóriah. O primeiro, “Novas verdades, um único amor” tem como protagonista Alessandra, uma híbrida nascida na Terra, que nem desconfia ter um pai extraterrestre, muito menos que ele deixou nela (não com ela) a solução para salvar o planeta Drah de um colapso iminente devido à carência da principal substância para a confecção de artefatos de tecnologia. E é quando o líder dos guerreiros de lá, Yan, vem buscar Alessandra, que a paixão explode junto com as consequências desse amor interplanetário e da ida dela para lá, chamando a atenção do arqui-inimigo do planeta.
“Anuhar, O Guardião do Ar”, livro 2, mostra que em Drah Senóriah a utilização da nova substância está a pleno vapor, mas as naves dão pane após algum tempo de funcionamento. Anuhar então, está com foco total na busca dessa solução, chegando a extremos no anseio de resolver essa situação. E, no meio dessa crise, ele vai se apaixonar perdidamente pela doce Sarynne que vem auxiliá-lo, ao mesmo tempo em que enfrenta os seus principais conflitos internos, e o maior desafio causado pelo arqui-inimigo do planeta.
Nos dois livros, além de muita paixão e cenas mais calientes, há muito do que comentei nas perguntas anteriores sobre ficção científica. E por mais que sejam uma sequência, ambos podem ser lidos de forma independente, ou seja, não há a obrigatoriedade da leitura do primeiro antes da leitura do segundo. É claro que dá um maior embasamento, mas como falei, não há a obrigatoriedade.
10) Onde os leitores do LiteraturaPost podem te encontrar e encontrar suas obras?
Meu site: www.eesoviersovski.com
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Instagram: https://www.instagram.com/eesoviersovski/
O “Novas verdades, um único amor” pode ser adquirido direto comigo (com direito a marcador e dedicatória), em livrarias físicas e nos principais players digitais. Já o e-book está disponível na Amazon e é grátis pelo Kindle Unlimited. Vou deixar aqui o link da Amazon para facilitar a leitura da sinopse: Amazon: https://amzn.to/2QVabI7
O “Anuhar, o Guardião do Ar” também pode ser adquirido comigo (e também com direito a marcador e dedicatória). Ainda não está nas livrarias físicas, mas é encontrado nos principais players digitais. E o e-book está disponível na Amazon (grátis pelo Kindle Unlimited). Amazon: https://tinyurl.com/bp7k2d2x
Para conhecer os meus contos na Amazon, é só clicar no link: https://amzn.to/2XVNPYC
E para falar comigo, pode ser pelo direct (Instagram) ou inbox (Facebook)
Muito obrigada, E.E. Soviersovski por participar do LiteraturaPost!
Ah! Aqui estão links de artigos que E.E. usou para pautar algumas respostas}
https://formigaeletrica.com.br/programas/hard-soft-science-fiction-formigacast/
https://kaylmoody.com/soft-sci-fi/
Convido você a deixar seu comentário, se curtiu a entrevista
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Até a próxima terça, leitor!
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