Maringá tem mais de 70 anos de muitas de histórias desde que deixou de ser distrito de Mandaguari. E nesta quarta-feira (19/8), o Post relembra as dez fotos históricas de Maringá que você não pode deixar de ver. Ou rever. Essa reportagem foi publicada originalmente em 2017 e decidimos dar novamente destaque a essa informação agora.
A fundação oficial da cidade é 10 de maio de 1947, quando a Companhia de Terras Norte do Paraná abriu um escritório na cidade e começou o processo de loteamento.
Nesse tempo todo, diversos fatos marcaram a vida dos maringaenses, alguns deles foram registrados em fotos.
Selecionamos dez delas que vale a pena ver – ou rever.
1- Marco zero da colonização
Registro do dia 10 de novembro de 1942, quando a Companhia de Terras Norte do Paraná lançou a Pedra Fundamental de Maringá, marco zero da colonização da cidade.
No mesmo dia foi inaugurado o primeiro hotel da vila, que viria se chamar Maringá, o Hotel Campestre.
Entre as várias autoridades, estava o interventor do Estado do Paraná, Manoel Ribas e o Major Blasi, prefeito de Londrina na época.
2- Primeiro avião registrado em Maringá
Em 1947, foi inaugurada a primeira loja de fotografias de Maringá, chamada Primeiro Foto.
O dono e fotógrafo era Shizumo Kubota, que fez a primeira fotografia que se tem registro. Trata-se da chegada do primeiro avião em solo maringaense
A loja ficava localizada na Avenida Brasil, no Maringá Velho, próximo à Casa Planeta.
3- Cinzas após incêndio no primeiro cinema da cidade
O Cine Primor, primeiro cinema de Maringá, foi inaugurado em 1947. Após enfrentar diversos problemas, foi alugado.
Em 1949, passou por uma reforma e na reinauguração o prédio pegou fogo. A foto registra as cinzas depois do incêndio.
Eram exibidas sessões aos sábados e domingos. A programação do dia era anunciada por meio de um alto falante instalado do lado de fora do prédio.
Em 1947, o prédio foi inaugurado por José Jorge Abrão. Devido aos prejuízos, o negócio foi arrendado pelo farmacêutico Orozimbo Goulart por um ano. Depois do prazo vencido, o cinema retornou para a família de Abrão.
Após três meses de reforma, no dia 2 de novembro daquele ano, o cinema foi reinaugurado.
No início da noite o prédio incendiou e o estrago atingiu quase todo o quarteirão. O cinema ficava localizado na Avenida Brasil, no Maringá Velho.
Não chegou-se a nenhuma conclusão a respeito do motivo do incêndio.
4- Inauguração da Estação Ferroviária de Maringá
A foto é da inauguração da primeira Estação Ferroviária de Maringá, em 31 de janeiro de 1954.
Outros trens já tinham passado pelo local para transportar funcionários da Companhia Ferroviária de São Paulo ao Paraná.
Esse foi o primeiro dia que as locomotivas estavam à disponibilidade do público e gratuitamente. Mais de 4 mil pessoas foram conferir de perto a novidade.
“As pessoas iam até Sarandi, chegavam lá, voltavam, só pra passear”, conta Kenji Ueta, autor da fotografia.
Ueta ainda recorda que precisou subir em uma locomotiva que estava parada para fazer a fotografia.
A estação funcionou por 37 anos e nunca ganhou uma nomeação própria. Ficava localizada próximo ao atual Terminal Urbano.
5- Chegada do bispo Dom Jaime Luiz Coelho
A fotografia, feita no dia 24 de março de 1957, registra o momento em que Dom Jaime Luiz Coelho desembarcou de um voo particular no Aeroporto Regional Dr. Gastão Vidigal.
Dom Jaime Luiz Coelho era da Catedral de Ribeirão Preto – SP. No dia 3 de dezembro de 1956 foi nomeado bispo de Maringá, e no dia 20 do ano seguinte foi realizada a ordenação episcopal dele.
A foto registra o momento em que Dom Jaime coloca os pés em Maringá. Foi o dia da sua posse e instalação da canônica da diocese de Maringá, no dia 24 de março de 1957.
Em 1997, entregou o comando da arquidiocese de Maringá para Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger. Dom Jaime faleceu no dia 5 de agosto de 2013, aos 97 anos, em Maringá, vítima de insuficiência renal crônica.
Ele foi responsável pela construção da Catedral de Maringá. Fundou o primeiro curso superior da cidade, na Faculdade Estadual de Ciências Econômicas, que deu origem à Universidade Estadual de Maringá (UEM).
6- Flagrante do desastre aéreo nos 10 anos da cidade
A comemoração do décimo aniversário de Maringá foi marcada pelo primeiro desastre aéreo da cidade.
No dia 11 de maio de 1957, cinco aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) formavam a Esquadrilha da Fumaça e apresentavam manobras arriscadas para impressionar o público.
Uma das aeronaves quase tocou o chão em uma manobra, no momento em que o piloto tentava voltar para uma altitude que a estabilizasse.
Uma das asas, então, colidiu em um mastro fixado na Praça Raposo Tavares. O avião desgovernou-se e caiu.
Os dois tenentes que ocupavam o avião morreram no local.
No momento do acidente, nas proximidades da Avenida Brasil, uma curiosidade: o jovem Franklin Vieira da Silva, dono de O Diário, acabava de assumir os microfones da principal rádio da cidade, em seu primeiro dia de trabalho.
Momentos depois, foi com sua narração que Maringá acompanhou as informações do acidente, no que foi considerado um furo de reportagem de proporções nacionais na época.
“Uma bola preta de fumaça toma o céu de Maringá neste momento, próximo da Estação Rodoviária” disse o estagiário Franklin, que iniciava ali uma trajetória de sucesso empresarial no ramo da comunicação local.
7- Antiga rodoviária de Maringá, em 1970
A fotografia mostra a antiga Estação Rodoviária Municipal, popularmente conhecida como Rodoviária Velha, em 1970.
O prédio começou a ser construído na década de 1950 e foi concluído no fim da década de 1960, na gestão do prefeito João Paulino Vieira Filho.
Um destaque arquitetônico são os arcos que ligavam de um ponta a outra do prédio, tanto na parte da frente como na de trás da construção, seguindo a tendência da época.
Além dos passageiros, muitas pessoas frequentavam a rodoviária por causa dos estabelecimentos comerciais que funcionavam ali.
Entre os quais, o mais conhecido era o restaurante Monte Líbano, que mudou para a frente do Parque do Ingá.
Em 2010 iniciou-se o processo de demolição do prédio.
8- Colocação da cruz no alto da Catedral
Momento em que o mestre de obras, João Coredato, popularmente conhecido como Barba Rala, coloca a cruz de 12 metros no topo da Catedral Nossa Senhora da Glória, com ajuda de mais 2 empreiteiros.
A Catedral possui ao total 124 metros e foi projetada pelo arquiteto José Augusto Belluci. A construção foi de 1959 a 1972.
9- Demolição da antiga Catedral de Maringá
A fotografia registra o início da demolição da antiga Catedral de Maringá por causa da construção da atual Catedral, no dia 07 de janeiro de 1973.
Os fiéis participaram da missa, e depois foram até o lado de fora da catedral presenciar o momento histórico.
Na escada está o Monsenhor Sidney Zanettini que entrega a telha para o Bispo Dom Jaime Luiz Coelho. Simboliza o destelhamento e demolição da antiga Catedral.
Kenji Ueta, autor da foto, conta que minutos antes, foi até o hotel que fica em frente à Catedral para tirar uma foto geral do momento, e por pouco não chega a tempo de fotografar essa cena.
10- Visita do príncipe japonês, Akihito
O registro é da partida do príncipe do Japão, Akihito, e sua esposa, Michiko, no Aeroporto Gastão Vidigal.
Eles fizeram uma rápida passagem por Maringá na comemoração dos 70 anos da Imigração Japonesa no Brasil. Inauguraram o Jardim Japonês no Parque do Ingá e o lançamento da pedra fundamental da Associação Cultura e Esportiva de Maringá (ACEMA).
A visita foi acompanhada pelas autoridades locais e estaduais. Em especial o deputado Antonio Ueno, que segundo relato do autor da foto, Kenji Ueta, foi um dos principais responsáveis pela visita do príncipe à Maringá. Na foto também está presente o presidente do Brasil da época, Ernesto Geisel.
Cerca de 10 mil bandeiras do Japão e do Brasil foram distribuídas para o público que acompanhava a visita os herdeiros do trono japonês.
O casal chegou em Maringá na tarde de 20 de junho de 1978 e partiu na manhã do dia seguinte.
Kenji Ueta, fotógrafo e descendente japonês conta que Maringá é a única cidade do mundo em que o príncipe japonês inaugurou a Pedra Fundamental.
A notícia se espalhou por todo o Japão, e Maringá ficou na lembrança dos japoneses por esse fato histórico.
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