O espetáculo A Secreta Obscenidade de Cada Dia coloca frente a frente as duas mais poderosas correntes do pensamento moderno, o marxismo e a psicanálise. Em cena, um encontro improvável. Karl Marx e Sigmund Freud defrontam-se, digladiam-se, divertem-se, expondo os seus medos e fantasias.
O texto foge do discurso e apoia-se na sutileza da ação. É uma comédia que promete grandes surpresas. Num cenário que lembra um terreno baldio, o fundador da psicanálise Sigmund Freud (1856 – 1939), interpretado por Ben-Hur Prado, e o filósofo criador do socialismo moderno Karl Marx (1818 – 1883), vivido por Ricardo Michels, discutem o fim das utopias humanas, tocando, com humor, o dedo na ferida desse inquietante momento.
“A secreta obscenidade de cada dia” é um espetáculo dinâmico e leve que obriga o espectador a perguntar-se constantemente qual será o rumo da história.
Do primeiro ao último momento o público será conduzido através da narrativa inteligente de Marco Antônio de La Parra, ao mesmo tempo que tentará decifrar a vida e os segredos de dois homens, que por acaso (ou não) se conhecem naquele dia, num banco de jardim, em frente a um conceituado e famoso colégio feminino.
Qualquer utopia, qualquer ideal, pode nascer ou desaparecer num banco de jardim. Mas o que lá estarão verdadeiramente fazendo? É um encontro de dois patéticos personagens que acreditam ser Freud e Marx. Um encontro historicamente impraticável, pois quando Marx morreu, Freud tinha 27 anos, ainda não famoso e distanciado do universo que se formulava as ideias marxistas.
Este trabalho tem a chancela do Ministério da Cidadania através da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei nº 8.313 91), o que possibilita substancial redução no preço do ingresso, além de criar acessibilidade em libras para a apresentação de estreia (24/8).
Ficha Técnica:
- Texto…… Marco Antonio De La Parra
- Direção…… Pedro Ochoa
- Elenco…… Ben-Hur Prado e Ricardo Michels
- Trilha Sonora…. Ronaldo Gravino
- Comunicação Visual…… Bira Ferreira
- Comunicação Digital… Stuff
- Cenário, Figurino e Direção de Produção…… Ben-Hur Prado
- Iluminação…… Eduardo Natal
- Vídeos…. ZPixels
- Produção Executiva…… Ellen Humphreys
Teatro Calil Haddad
- 24 de agosto (Sábado) às 21h
- 25 de agosto (Domingo) às 20h
Teatro Reviver
- 30 de agosto (sexta) às 21h
- 31 de agosto (sábado) às 21h
- 1 de setembro (Domingo às 20h
- 6 de setembro (sexta) às 21h
- 7 de setembro (sábado) às 21h
- 8 de setembro (domingo) às 20h
Ingressos:
- R$ 20,00 – Inteira
- R$ 10,00 – Meia e inteira com 1Kg de alimento
- Farol Brasil Pizza Bar – Av. Tiradentes, 867 – 3226.8521 (Terça a domingo das 18h às 23h)
- Ingressos on-line: www.megabilheteria.com
- Nas bilheterias dos teatros, nos dias de apresentação, com 1 hora de antecedência (sujeito a disponibilidade).
- Classificação etária: 14 anos
O histórico de “A Secreta Obscenidade de Cada Dia”
“Em 1.990, dias antes do congelamento das contas bancárias e durante o governo Collor, Antônio Abujamra chegou do Chile com os direitos autorais da Secreta e me propôs a produção do espetáculo, e claro, aceitei prontamente.
Chamamos Ulysses Cruz para dirigir e Antônio Calloni para dividir o palco com Abú que fazia o papel do Freud e Calloni fazia Marx. Era sensacional ver o jogo desses dois grandes atores sob a batuta de Ulysses, pontuada com a trilha sonora de Zé Rodrix.
A temporada foi um sucesso em São Paulo no teatro que levava o nome do Abú. Vale aqui uma lembrança emocional bastante acentuada, eu tinha com “o velho”, como ele mesmo gostava de se chamar, uma relação profissional e pessoal bem intensas, aliás não havia nada que não fosse intenso para e com ele.
Quantas histórias e ensinamentos com essa convivência. Uma das coisas mais marcantes em minha memória foi o momento em que Abú me chama à sua casa e com aquele seu sorriso árabe me contou que havia sido chamado pra fazer um filme que rodaria na Amazônia, mas que já tinha uma solução para o problema que ele havia me causado, me convidando para substitui-lo no papel de Freud.
Um frio me sobe pela espinha e apesar da concordância e incentivo do Calloni, não tive coragem, declinei do convite e chamamos Zé Rodrix para substitui-lo, mas o Calloni não aceitou e pediu pra sair dando espaço pra Cassiano Ricardo assumir o papel de Marx.
Fizemos ainda uma temporada de mais alguns meses no Teatro Antônio Abujamra e depois Abú foi pro Rio e remontou a peça com Paulo Cesar Peréio. De lá pra cá, A Secreta tem sido minha peça de desejo e finalmente chegou o momento de assumir a responsabilidade de enfrentar um desafio tão saboroso e misterioso juntamente com meu afilhado talentoso Michels sob a direção do Ochoa com a trilha do Gravino. Um privilégio!”, Ben-Hur Prado.
Marco Antonio de la Parra – O Autor
Psiquiatra, escritor e dramaturgo chileno, membro da Academia de Belas Artes. Ele é autor de mais de oitenta e quatro títulos traduzidos em várias línguas, incluindo peças de teatro, romances, livros de histórias e ensaios.
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