Foi no céu de Itanhaém, município da Baixada Santista, que pelo menos 244 pilotos de paramotores de diversos cantos do Brasil quebraram um recorde mundial. Eles vão entrar para o Guinness Book com a façanha do maior número de pilotos de paramotores ao mesmo tempo no ar. Doze pilotos de paramotores de Maringá participaram do recorde quebrado no dia 4 de maio, durante o 1º Paramotor Ita Fest.
Os pilotos brasileiros passaram os três primeiros dias do mês de maio se preparando para a tentativa de quebra de recorde. No dia 4, um sábado, às 11h30, mais de 330 deles decolaram no céu de Itanhaém. O primeiro piloto que decolou ficou duas horas voando, e o último, cerca de uma hora, em um percurso de 60 quilômetros.
Do total de pilotos brasileiros, alguns tiveram problemas com o motor do equipamento e outros, com o gravador, o que não permitiu contabilizar o voo. Até o momento, a Associação Brasileira de Paramotor (ABPM) confirmou que 244 deles voaram juntos, e já ultrapassam o antigo recorde mundial, de 224, da Argentina. O número tende a aumentar, conforme a apuração dos dados oficiais.
“Acreditamos que vamos chegar a 250 pilotos. Utilizamos um gravador de GPS, que mostra o horário, altitude, localização geográfica e velocidade em que estávamos. Depois, um programa verifica o chamado ‘arquivo IGC’, que comprova o voo e constata que batemos o recorde”, conta Gabriel Solari, 50 anos, administrador de empresas e piloto de paramotor, um dos representantes de Maringá na conquista.
A primeira tentativa brasileira de quebrar o recorde Argentino foi em setembro de 2018, em Araçatuba, interior de São Paulo. Mas, fracassou por fatores climáticos. “O vento estava muito forte e não conseguimos decolar. Optamos por uma cidade com praia, onde a condução de vento é mais constante e propicia o voo durante todo o dia. Itanhaém foi a escolhida, pela infraestrutura, e deu certo”, conta.
Gabriel Solari foi um dos capitães do deck quatro, onde decolaram os pilotos de Maringá que participaram da façanha de quebrar o recorde mundial. “Ficamos mais de uma hora voando, porque não sabíamos quando o último piloto ia decolar. Eu, como capitão, tinha o desafio de mantê-los no ar, animados, porque depois de um tempo, muitos começaram a sentir dor, ter problemas com combustível, entre outros. Faríamos com lágrimas nos olhos, mas com sorriso quando todos tivessem pousado e conquistado este feito grandioso, trazendo o recorde para o Brasil”, ressalta.
Após a homologação da quebra do recorde, cada piloto de paramotor brasileiro que participou do voo coletivo vai receber um certificado, além de ter o nome escrito no Guinness Book.
“É uma conquista importante para Maringá, que tem 12 filhos da terra conquistando este feito. E ainda, muito próximo do aniversário da cidade. Houve um sentimento muito gostoso de união, de equipe. Todos torcendo e se empenhando para a conquista do recorde. A sensação é de missão cumprida”, ressalta Solari.
No ano que vem, os pilotos de paramotores brasileiros farão uma nova tentativa. Dessa vez, para quebrar seu próprio recorde. O objetivo é colocar entre 400 e 600 pilotos juntos no céu, novamente de Itanhaém. “O objetivo é consolidar nosso recorde e deixar bem difícil para outra nação quebrar”, ressalta o piloto.
Gabriel Solari é natural de Montevidéu, no Uruguai, mas mora em Maringá desde os cinco anos. Ele fez seu primeiro voo solo em outubro de 2016, em Peabiru. “Um fornecedor da minha empresa me disse que voava de paramotor, e eu perguntei o que era e ele me explicou. Fiquei curioso e resolvi tentar. Fiz um voo duplo experimental para saber se eu ia gostar e em seguida, já iniciei o curso. Foram seis aulas que demoraram três meses, porque tive conciliar com o meu trabalho”, conta.
Hoje, Gabriel Solari soma mais de 4.500 quilômetros voados em expedições. A primeira foi em 2017, num percurso de dois mil quilômetros de Itanhaém a Montevidéu, terra natal do administrador de empresas. Na ocasião, ele voo com outros onze pilotos. A segunda expedição foi em 2018, quando Solari voou 1.500 quilômetros de Recife a Porto Seguro. A terceira foi neste ano, de Recife aos Lençóis Maranhenses, com 1.500 quilômetros voados.
Comentários estão fechados.