Dicas do que fazer e do que não fazer para reduzir o estresse de cães e gatos durante os fogos de final de ano

  • Quem tem pet sabe do medo de cães e gatos em relação aos fogos de artifício, sejam com ou sem estampidos, já que não existe um que não faça barulho. O estresse leva a basicamente três tipos de reações: se esconder, procurar o dono ou tentar se afastar dos estouros.

    As vezes, e não tão raramente como alguns supõem, a situação acaba em mortes ou sumiços. Um dos veterinários consultados para essa reportagem contou que no dia da eleição do presidente Jair Bolsonaro, um paciente dele, recém adotado, morreu ao saltar da sacada de um edifício na Zona 7.

    Outro veterinário lembrou nesta quinta-feira (6/12) que socorreu, mas não conseguiu salvar, um cachorro que tentou se distanciar do barulho dos rojões durante um jogo do Campeonato Brasileiro e, ao pular a grade da residência, teve órgãos vitais perfurados por lanças pontiagudas.

    São comuns cães convulsionarem e enfartarem quando os fogos persistem por um longo período de tempo, como ocorrem nas viradas de ano. Uma veterinária que também foi consultada pela reportagem, disse que no réveillon deste ano, “morreu um monte de cães”.

    Diante das queimas de fogos que se avizinham (a Maringá Encantada programou oito), o Maringá Post ouviu três veterinários e colheu dicas do que fazer e do que não deve ser feito para reduzir o desespero de cães e gatos. As sugestões são de Ambiente, Comportamento e Medicamento.

    Só foram listadas aqui as sugestões consensuais dos profissionais consultados. Eles também observaram que os donos certamente conhecem o comportamento do seu animal de estimação e sabem o que é e o que não é viável. Alguns, por exemplo, aceitam algodão nos ouvidos, outros não.

    Ambientes apropriados para os pets

    1 – Para os animais que se escondem, o melhor é deixá-los no lugar que escolheram, pois é onde se sentem mais seguros.

    2 – Colocar o cão em um cômodo mais protegido do barulho, como quarto ou banheiro, com as janelas e vidros fechados, também é indicado.

    3 –  Não deixar o animal sozinho em casa, quando se sabe que haverá queima de fogos, é muito importante.

    4 – Prender o cão estressado na corrente é um erro grave. Ele pode se matar enforcado ou sofrer ferimentos importantes.

    5 – Evitar deixar juntos animais que se estressam com os estampidos. Eles podem brigar e se machucar.

    6 – Se o animal aceitar, colocar uma mecha de algodão no ouvido ajuda. Em pet shop também existe uma espécie de fone de ouvido para cães.

    7- Providenciar a menor iluminação possível no cômodo onde o pet estiver, apagando as luzes e fechando as cortinas. O ambiente escuro ajuda a acalmá-lo.

    8 – Se possível, colocar em baixo volume músicas que ajudam a acalmar cães e gatos. São fáceis de encontrar na internet e nos aplicativos musicais de celular.

    Comportamento adequado dos donos

    1 – Para os cães que procuram os donos na hora do medo, deixar que eles permaneçam por perto.

    2 – Evitar acariciar o animal o tempo todo e ficar falando com aquela voz aguda como se ele fosse uma criança, pois essas atitudes reforçam o medo que ele tem do barulho.

    3 – Não adianta absolutamente nada ficar bravo e gritar com o cachorro que está estressado, como se ele estivesse fazendo algo errado. Isso só aumenta o medo dele.

    4 – Procure não deixar crianças por perto do animal estressado, pois elas podem agitar ainda mais o animal.

    5 – Se o pet é daqueles que se escondem embaixo de algum móvel, não tente segurá-lo no colo para acalmá-lo. Isso só vai agravar a situação.

    6 – No caso do animal convulsionar ou desmaiar, procure imediatamente um médico veterinário.

    7 – Se o dono do animal estiver disposto a gastar cerca de R$ 100,00 por dia para proporcionar conforto ao seu bichinho de estimação, na zona rural de Maringá existem pelo menos dois hotéis para pets, o Cãopacabana e o Recanto São Francisco.

    Medicamentos sem receita médica

    1 – Dar uma borrifada do spray homeopático Anizen três vezes ao dia, começando uma semana antes da queima dos fogos. O medicamento custa de R$ 50 a R$ 70.

    2 – O Calmisyn também deve começar a ser usado uma semana antes, com uma pastilha diária. O medicamento custa de R$ 30 a R$ 50.

    3 – Outra alternativa é mandar manipular o Triptofano, que custa cerca de R$ 90. As doses dependem do peso do animal.

    4 – O uso do Dramin não é contraindicado. Deve ser dado cerca de meia hora antes do barulho, uma gota por quilo do pet. O efeito do medicamento é de cerca de 3 horas.

    As dicas sugeridas não vão eliminar o problema, apenas podem amenizar os sintomas e reduzir o sofrimento do cão ou do gato na hora do “tiroteio”, mas há tratamento psicológico específico para isso. Foram ouvidos nessa reportagem os seguintes médicos veterinários de Maringá:

    • Ana Terra Dhaer Ribas – Clínica Patas da Terra
    • Antônio Henrique Machado – Clínica Propatas
    • Amâncio de Souza Neto – Clinivet – Clínica Veterinária

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