Mesclando doses de emoção e serenidade, sempre com simpatia, o levantador que deu o tom à seleção brasileira no histórico ouro em Atenas-2004, Ricardinho anunciou formalmente na tarde desta quarta-feira (18/7) em Maringá, seu adeus às quadras aos 42 anos. Agora, vai se dedicar à administração do Copel Telecom Maringá Vôlei.
O Maringá Vôlei, clube que idealizou e defendeu nos últimos seis anos, está confirmado na Superliga 2018/2019. Também vai se dedicar ao projeto social que também criou na cidade em maio de 2017. Disse, na coletiva de imprensa, que já estava pensando na aposentadoria há algum tempo:
– Basicamente no meio dessa temporada, depois de alguns tropeços e derrotas consecutivas, no vestiário, algumas coisas estavam me entristecendo um pouco. Eu sabia que estava chegando a minha hora e tomei a decisão.
Para Ricardinho, o momento mais marcante na sua trajetória em Maringá, onde reside com a família, foi logo no início da nova equipe na Superliga. Também disse que conquistou todos os títulos com os quais um dia sonhou:
– A primeira temporada do Maringá foi a realização de um sonho. O jogo contra o Sesi, no início da temporada, nos deu a vitória dentro de casa. Foi muito gratificante. E, dos títulos que sempre sonhei, conquistei todos, principalmente o Mundial e as Olimpíadas.
Além do Maringá, Ricardinho também fez a diferença e tornou-se ídolo das torcidas dos clubes pelos quais passou, como Modena e Treviso, na Itália, Banespa, Suzano, Minas e Vôlei Futuro, no Brasil.
Foi um dos principais líderes em quadra na gloriosa era Bernardinho. Impunha muita velocidade em jogadas criativas e eficientes. No entanto, em 2007, pouco antes do Pan do Rio de Janeiro, o jogador se desentendeu com o técnico e foi cortado:
– Você vai mudando ao longo da vida. Tudo que aconteceu na seleção brasileira foi resolvido, tanto que voltei em 2012. Essa vivência também me permitiu aperfeiçoamento na minha vida pessoal e profissional com os meus projetos.
Quando voltou à seleção, em 2012, o Brasil conquistou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Londres, honraria que se soma aos seis títulos da Liga Mundial, quatro do Sul-Americano, duas Copa dos Campões e uma Copa do Mundo.
Sobre o projeto social que Ricardinho pretende se dedicar daqui pra frente, é o Núcleo Vôlei de Ricardinho, que atende 250 crianças em Maringá. E também à luta pessoal para o desenvolvimento do Maringá Vôlei.
– Após seis anos vendo as coisas acontecerem, a briga pela estrutura, conversas com os patrocinadores e diretoria, hoje podemos falar pra vocês que a equipe vai continuar atuando.
Que assim seja e que, agora fora das quadras, leve Maringá às conquistas que teve atuando no centro da rede. Essa é sua vontade:
– Quero colocar Maringá no lugar que merece e é muito além de simplesmente brigar para se manter na Superliga. A ideia é buscar vaga no playoff e dar cada vez mais corpo ao projeto, buscando novos parceiros e segurança aos envolvidos.
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