A futura mamãe maringaense mais querida do YouTube, Nádia Corsi, acumula em quatro anos mais de 4 milhões de visualizações e 40 mil inscritos de 109 países.
A atual gestação da youtuber é uma verdadeira vitória e cada detalhe é compartilhado em seu canal. Depois de sofrer quatro abortos, dois espontâneos e dois retidos, Nádia está na 30ª semana de gestação da pequena Laura.
São postados três vídeos por semana, geralmente nas terças, quintas e sábados. Trata-se de vídeos explicativos sobre assuntos relacionados à gravidez, lifestyle (estilo de vida) e principalmente, vlogs em formato de diários de gravidez. A cada 15 dias ela conta quais foram os sintomas que sentiu, exames que realizou e compartilha sua vida emocional e espiritual.
O público é formado, em grande maioria, por tentantes, gravidas ou mães. A relação da youtuber com suas seguidoras é de muita empatia. “Começam a me seguir como se fosse uma novela mesmo, vejo pessoas que ficam felizes de coração por eu ter ficado grávida. Chegaram até a me mandar vídeos emocionadas quando ficaram sabendo da notícia”, conta.
Ela também é muito atenciosa e busca ajudar as seguidoras. Muitas vezes solitárias, as tentantes não se sentem à vontade para conversar com pessoas próximas e confidenciam e relatam suas experiencias para Nádia. “Faço o possível para responder tudo que minhas seguidoras mandam nas directs, ajudo no que dá”, disse.
Nádia Corsi define a vida de tentante como uma montanha-russa de emoções. “É medo, frustração, esperança e muitas vezes é vergonha – porque as pessoas, muitas vezes, não praticam empatia.”
De acordo com ela, o importante é quando você, mesmo não vivendo determinada situação, respeita a vida e as escolhas do outro. “Eu respeito muito mulheres que escolhem não ter filho.” Ela completou dizendo que cada um tem suas escolhas e não é porque é culturalmente esperado que uma mulher tenha filho, que ela tem que ter.
Por outro lado, Nádia conta que já sofreu agressões verbais e bullying. “Eu não me importo com isso, mas sei que muitas tentantes se importam e isso as afeta”, conta.
Em um caso, ela relata que teve colegas que se afastaram dela porque engravidaram. “Eu não sei o que pensaram. Não tenho inveja. A gente quer o nosso filho, não arrancar o filho dos outros”, disse decepcionada com tal atitude.
Para superar suas perdas e seguir a vida, a youtuber sempre demonstrou sua proximidade com Deus, e uma de suas frases mais conhecidas, que passou a ser usada pelas seguidoras é “a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável.”
A longa jornada de tentante e o crescimento do canal
A primeira gravidez de Nádia Corsi não foi planejada. Ela tinha 17 anos e com 20 semanas, perdeu o bebê. A justificativa dos médicos foi que ela era muito nova e isso era comum nessa idade.
Cerca de sete anos depois, já casada e com 24 anos, ela parou de tomar contraceptivo para tornar-se então, tentante. Acompanhada dessa decisão, ela criou um canal no youtube para compartilhar a experiencia.
Sem maiores pretensões, Nádia tinha o objetivo de criar o canal para um pequeno grupo de pessoas acompanha-lá, assim como ela via muitos na época. Com uma câmera semi-profissional, ela gravou e publicou seu primeiro vídeo em outubro de 2013.
“Eu achei que ia ter 50 visualizações, no máximo. Mas, logo no começo, os vídeos começaram a ter mil visualizações”, lembra.
Nessa época, ela nem imaginava que o canal iria crescer tanto e também não fazia ideia do que a vida lhe reservava.
Logo no primeiro ciclo, depois que abandonou a pilula, Nádia engravidou. Mas com quatro semanas, ela perdeu o bebê. “O meu médico da época falou que era normal, quando a pessoa toma contraceptivo por muito tempo é comum abortos espontâneos no inicio da gestação”, conta.
Seis meses depois, mais uma gestação. Com oito semanas, o bebê parou de se desenvolver, mas só na décima semana é que Nádia descobriu. Definitivamente foi constato perda por repetição. O médico na época recomendou que Nádia procurasse um especialista.
Ela foi atrás, fez exames e consultas, mas nada de concreto foi diagnosticado. Preocupada, e querendo encontrar um solução, a youtuber não ficou parada. Além dos médicos, ela também procurava encontrar respostas na internet.
Ficou desconfiada de que poderia ter trombofilia. Realizou o exame e nada foi diagnosticado. “Eu sentia que tinha isso, mesmo que os exames não dessem nada, sabe quando a gente sente que tem aquilo?”, disse.
Depois disso, a youtuber levou dois anos e meio para engravidar novamente. Na gestação, teve ovário policístico – um distúrbio hormonal que causa um aumento no tamanho dos ovários, com pequenos cistos na parte externa.
“Como fiquei muito tempo sem o uso do contraceptivo, sabia que seria mais difícil engravidar”, disse. E com seis semanas, o feto parou de se desenvolver.
Foi nesse momento que o canal deslanchou. “Quando eu tive essa perda, o canal pulou de 5 mil para 15 mil acessos em uns três meses”, contou.
Nessa época, a tentante já participava de grupos de mulheres com trombofilia e começou, por conta própria, a pesquisar exames que ainda não tinha realizado.
Ela conta que na primeira consulta, com outro médico, apresentou a lista de exames que havia pesquisado anteriormente. Só depois do quarto aborto sofrido foi diagnosticada com trombofilia.
Trata-se de uma condição, que tende a “engrossar” o sangue, podendo causar o entupimento de veias. Para as grávidas, o risco é alto, pois com o sangue mais espesso, há o risco de entupimento das veias que levam o sangue para a placenta. De forma que, reduz o fluxo de sangue e consequentemente, de nutrientes que chegam até o bebê.
O especialista explicou os cuidados que ela deveria ter e logo no ciclo seguinte, Nádia engravidou. A previsão é que a cesária seja realizada entre os dias 16 e 22 de abril. “Uma gestação vai até no máximo 42 semanas, mas o bebê já está desenvolvido para nascer com 37 semanas”, explicou. Ou seja, será avaliado se o bebê estará mais seguro dentro ou fora da barriga e assim, será decidido o procedimento a ser adotado.
Além do canal, Nádia tem uma empresa online de importação de produtos de bebê, o www.nadiacorsi.com.br.
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