Projeto Circo Social é lançado em Sarandi. Ação da Casa do Verbo Assessoria Cultural é voltada para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos

  • A Casa do Verbo Assessoria Cultural lança nesta sexta-feira (2/2) o projeto Circo Social em Sarandi. O objetivo da ação é desenvolver habilidades artísticas e culturais nos participantes para atuação em números e espetáculos circenses. Crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos vão poder mergulhar no mundo mágico dos picadeiros, aprender técnicas de solo, malabares, equilíbrio e números aéreos durante as aulas.

    O curso é gratuito e será realizado em quatro módulos, com um ano de duração cada. As inscrições vão até 27 de fevereiro e podem ser feitas no site da Casa do Verbo, na Secretaria de Esporte Lazer e Juventude de Sarandi ou no Polo Cultural, a partir de segunda-feira (5/2). A previsão é que o projeto comece em março.

    Serão formadas duas turmas com 20 alunos cada, uma no período matutino, das 9h às 11h e outra no vespertino, das 14h às 16h. As aulas serão realizadas duas vezes por semana no antigo Clube Eldorado, espaço cedido pela Prefeitura de Sarandi.

    Circo com preocupação social

    Segundo o coordenador do projeto e diretor da Casa do Verbo Assessoria Cultural, Francisco Pinheiro, o projeto ” além da formação artística e técnica, é direcionado a unidades de riscos sociais”, características que fazem parte da prática do circo social.

    De acordo com ele, cada turma será acompanhada por dois professores da área circense e um estagiário, que no início devem ser estudantes de Educação Física. A ideia do coordenador é que no segundo módulo os estagiários sejam alunos do projeto e, que ao final do curso, os próprios alunos tornem-se instrutores.

    Durante todo o curso o participante terá, além da prática de atividades circenses, um acompanhamento pedagógico. “O curso não tem uma preocupação tão grande com a formação profissional. Isto é consequência. A preocupação maior é com a questão social”, explicou.

    Circo Social começou a ser idealizado em 2015

    O projeto começou a ser idealizado em 2015, quando ocorreu em Campo Mourão o lançamento do livro “Lonas e memórias: a história esquecida do circo paranaense”.

    A  autoria de Rosana Steinke e Miguel Fernando, diretor executivo do Instituto Cultural Ingá (ICI). A obra resgata a história do circo no Estado entre os anos de 1940 e 1970 e foi o primeiro projeto maringaense a ser aprovado no Prêmio Funarte Caixa Carequinha de Estímulo ao Circo.

    Segundo Pinheiro, durante o lançamento do livro, a Escola Municipal de Artes Circenses de Campo Mourão, que  também trabalha com circo social, realizou uma apresentação que foi responsável pelo pontapé inicial para a criação do projeto.

    Estudo do ICI levou Circo Social a Sarandi

    Francisco Pinheiro disse que a ideia inicial era realizar o projeto em Maringá. Porém, um estudo técnico realizado pelo Instituto Cultural Ingá (ICI) definiu que a ação deveria ser feita em Sarandi.

    “Nós como instituto tivemos uma preocupação muito grande para que os projetos não fossem concentrados só em Maringá. E Sarandi era uma cidade onde a gente nunca tinha conseguido emplacar um projeto”, explicou o diretor executivo do ICI, Miguel Fernando.

    Para Fernando, o projeto ajuda a resgatar a história do circo no Brasil, além de incentivar os participantes a terem gosto pelos picadeiros. “Nós temos grandes circos rodando pelo país, mas sempre com uma dificuldade muito grande, pela falta de recursos, investimentos e cessão familiar.”

    O projeto Circo Social em Sarandi é patrocinado pela Lei Rouanet e nesta etapa inicial conta com patrocínio do Sicoob e Bancoob, que auxiliam na compra dos equipamentos e pagamento dos profissionais contratados.

    A Prefeitura de Sarandi é responsável pelo empréstimo do local onde serão realizadas as aulas, mas a ideia do coordenador do projeto, Francisco Pinheiro, é que posteriormente o poder público assuma a responsabilidade do projeto. “Hoje estamos como empresa, mas nosso planejamento é que a empresa diminua nos próximos anos a atuação e a sociedade e o município possam assumir a escola toda equipada.”

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