Maringaense recebe emocionante homenagem pelo sistema de som de avião por passar em Medicina na UEM. Veja o vídeo

  • Voltar das férias nem sempre é agradável, ainda mais quando se está em Orlando. Mas retornar para casa no dia da divulgação do resultado do vestibular de uma das universidades mais concorridas do país, ser aprovado em Medicina e ainda receber uma homenagem pelo sistema de som do avião pode tornar tudo mais feliz.

    Foi o que aconteceu com Rafael Canassa Sagrillo, de 17 anos. Ele conta que na manhã da terça-feira (30/1), acordou às 6h50 no quarto que estava hospedado em Orlando e aguardou até as 7h, horário em que sairia o resultado do vestibular da Universidade Estadual de Maringá (UEM).

    “Atualizei a página, fui direto na lista de aprovados, na letra R, e quando encontrei meu nome comecei a rir descontroladamente”, lembra. Os pais, que estavam no quarto ao lado ouviram e, surpresos, começaram a gritar: “O quê? O quê?”.

    Algumas horas depois, a família foi para o aeroporto. Havia chegado o dia de embarcar para Maringá. Na véspera, confiantes que o filho iria passar no vestibular, o comerciante Remy Sagrillo, pai do jovem, já havia comentado com a mulher a ideia de homenagear o filho em pleno voo.

    “Eu falei: ‘Mor, se o Rafael passar, eu vou ter a cara de pau de pedir para os comissários anunciarem no avião'”. No dia seguinte, ao embarcar, Remy foi até uma das aeromoças e pediu a homenagem. De imediato, abraçaram a ideia e pediram para o pai do Rafael escrevesse um texto.

    Dito e feito. Quando estavam a bordo, em pleno café da manhã e a 39 mil pés de altura, a mensagem foi lida pelo comissário de bordo:

    “Rafael, em nome da sua família, do seu pai, da sua mãe e da sua irmã, nós da tripulação da Azul damos parabéns pelo seu grande feito de passar em Medicina na Universidade de Maringá, considerada uma das mais concorridas do país. Que Deus te abençoe muito. Tenha sucesso. Sabemos que está só no começo e que seus planos são grandiosos. Torcemos para você alcançar todos eles. Um abraço da tripulação da Azul, do seu pai, da sua mãe e da sua irmã”.

    Rafael ficou surpreso quando ouviu o próprio nome e se emocionou. “Na hora que eu descobri que passei fiquei feliz, mas não cheguei a chorar. No avião eu não me aguentei… A emoção foi forte”, conta.

    A família também não se aguentou e caiu em lágrimas. “Foi emocionante. Só de lembrar já choro”, disse o pai do garoto. Veja o vídeo a seguir.

    https://www.facebook.com/remy.sagrillo/videos/1317914508308003

    Decidido desde criança, até especialidade já escolheu

    Rafael escolheu Medicina desde cedo e já sabe até a área em que deseja atuar. “Desde que eu sei o que é a medicina, eu quero ser médico”, conta.

    A decisão de se especializar em neurocirurgia veio por volta dos seis anos. “Um dia fui no Willie Davids, acompanhar o jogo de futebol do meu pai. Ele já estava com dor nas costas, mas do nada ele caiu no chão e se encolheu”.

    Foi quando Remy teve a segunda hérnia de disco. Rafael disse que o pai ficou cerca de 15 minutos no chão, sentindo muita dor a ponto de ninguém poder sequer relar nele.

    Rafael conta que o neurocirurgião que operou o pai dele  fez com que ele melhorasse e pudesse praticar os esportes que hoje pratica, como jogar bola novamente.

    “Eu queria muito ajudar meu pai naquele dia, mas não consegui. Agora, quero ser médico para ajudar as pessoas”, disse.

    Rotina de estudos intensa para atingir 577 pontos

    Como todo vestibulando de medicina, a rotina para Rafael foi puxada no último ano, em especial no último semestre. Ele concluiu o ensino médio em dezembro de 2017 em um colégio particular da cidade, fez o vestibular e alcançou 577 pontos, dos 720 possíveis.

    Rafael disse que nos dois primeiros anos de ensino médio relaxou. E admite que apenas decorava conteúdos para a prova, “não aprendia de verdade”. Só no terceiro ano que “a ficha caiu” e começou a rotina de estudo intenso.

    Rafael atingiu a pontuação máxima em redação, 120 pontos. Ele conta que no Vestibular de Inverno, atingiu 98 pontos, uma pontuação que não considerava competitiva para o curso.”Comecei a fazer cursinho de redação e do meio do ano pra cá fiz umas 30 redações”, conta.

    Rafael estudava de 13h à 15h diariamente, incluindo sábados e domingos. Para recuperar os anos perdidos e dar conta do terceiro ano do ensino médio, estudava o conteúdo ministrado no colégio até por volta das 18h. Depois, imprimia as provas dos vestibulares de anos anteriores e fazia.

    Estudando as provas da UEM, Rafael disse que aprendeu como as questões funcionam, então, nas alternativas que não sabia o conteúdo, conseguiu resolver por conhecer o método da prova. “Nenhuma alternativa que marquei foi chutada, todas foram conscientes”, diz.

    Ele recorda que não tinha nenhuma matéria preferida, assim como nenhuma que o aterrorizada. “Eu estudava todas e dava uma atenção especial para minhas disciplinas específicas (biologia e química), mas eu estava preparado para todas”, diz.

    Conta que foi preciso abrir mão de atividades que ele gosta de praticar, como tênis, handebol e aulas de violão. A única atividade que continuou, foi a academia, três vezes por semana. De acordo com ele, “era a válvula de escape, o momento que podia descansar”.

    Sair com os amigos era raro. Séries de TV, definitivamente, não faziam parte da rotina, mas Rafael afirmou que valeu a pena cada hora de estudo. “Foi o melhor ano da minha vida. As pessoas colocam na cabeça que estudar é algo ruim. Eu amo estudar. Não tem nada mais gratificante que um colega pedir ajuda em um exercício e eu conseguir fazer”.

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