A família de corujas buraqueiras que no início de setembro de 2017 ganhou a atenção de parte da mídia regional ao provocar alterações no cronograma das obras de duplicação da BR-376, entre Maringá e Presidente Castelo Branco, aparentemente gostou do estrelato e causou mais uma: a mudança de planos da Viapar, que pretendia aplanar o morro onde fica o ninho tão logo os filhotes o deixassem.
O rearranjo na execução das obras feito pela Viapar, concessionária da BR, para preservar o berçário até que os filhotes batessem asas, inicialmente seria provisório. Eis que os filhotes se foram, mas os pais gostaram da toca no alto da cobertura do morro de cerca de 8 metros de altura, resultado da terraplenagem no seu entorno e o casal, definitivamente, fixou morada. Dali não sai e ninguém tira.
O ninho foi descoberto pelos operários da empreiteira contratada pela Viapar, que comunicaram o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) de Paranavaí e o engenheiro ambiental da concessionária, Guilherme Giandon. Diferente do que as empreiteiras descomprometidas com o meio ambiente costumam fazer na surdina – passar as máquinas por cima -, foi providenciada uma forma de manter a toca.
Placa de identificação no futuro
O assessor de imprensa da Viapar, Marcelo Bulgarrelli, explicou na tarde desta sexta-feira (19/1) que a área onde está o ninho será utilizado como pátio de obras de manutenção da concessionária e que, “no futuro, quando estiver tudo pronto, deverá ser afixada uma placa no local com a identificação Buraco da Coruja“. Segundo ele, o morrinho não vai atrapalhar as manobras do maquinário no pátio.
Os buracos das aves da espécie Athene cunicularia normalmente têm de 1,5 m a 3 m de profundidade e de 30 cm a 90 cm de largura. Como o próprio nome diz, as espécies da 376 se reproduzem em buracos, abandonados por tatus ou feitos pelo casal. Os especialistas em aves afirmam que normalmente, após definirem um local para procriar, elas raramente o abandonam. Ainda menos agora, na segurança de uma cobertura…
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