Ninho de corujas faz empreiteira mudar cronograma de duplicação da BR-376 entre Maringá e Castelo Branco

  • O cronograma de execução das tão esperadas obras de duplicação da BR-376, entre Maringá e Presidente Castelo Branco, teve quer ser alterado por causa de uma família de corujas-buraqueiras. Ainda não se sabe ao certo o número de filhotes do casal, mas a média da espécie é de 7 a 9.

    A concessionária da rodovia afirma que, mesmo tendo interrompido a terraplanagem no pequeno trecho próximo ao ninho, a duplicação será concluída no prazo inicialmente previsto, dezembro deste ano.

    Não é a primeira vez que aves da espécie Athene cunicularia interferem em obras importantes na região. O início da ampliação de um laboratório da Universidade Estadual de Maringá atrasou 60 dias por causa de ninhos de coruja.

    Coruja-buraqueira que tem ninho no trajeto das novas pistas perto de Castelo Branco / Ivan Amorin

    Repercussão positiva
    A atitude tomada pela concessionária repercutiu. O engenheiro ambiental da Viapar Guilherme Giandon, responsável pela obra, observou que quando ninhos são encontrados, principalmente em rodovias, boa parte das empreiteiras simplesmente os remove.

    Contou que quando os operários perceberam que o buraco no trajeto da pista se tratava de um ninho de corujas, entraram em contato com o IAP de Paranavaí. Os biólogos disseram que, se o ninho fosse removido, o casal abandonaria os filhotes em formação.

    Ninho do casal de coruja-buraqueira foi preservado

    Isa Simões, da Organização Não Governamental (ONG), Anjo dos Animais comentou que “se mais empresas tivessem essa atitude, com certeza teríamos um mundo bem melhor”.

    Como seu próprio nome diz, a espécie se reproduz em buracos abertos pelo casal ou abandonados por tatus. As covas de corujas-buraqueiras têm em torno de 1,5 m a 3 m de profundidade e 30 cm a 90 cm de largura.

    Ao redor da cova, as corujas acumulam estrume, que atraem insetos e esses servem de alimento para os filhotes. O tempo estipulado para que os bebês corujas se formem e voem é de 60 a 90 dias. Os da BR-376 ainda não saíram do ninho.

    Assim que se encerrar o primeiro ciclo de vida das corujinhas, o ninho será retirado e as máquinas voltarão para fazer a terraplanagem do trecho e a obra será concluída. Segundo Giandon, nenhum valor significativo foi investido na obra para preservar as aves. Acesse aqui para mais informações sobre a espécie.

    Corujas da UEM
    A ampliação do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão em Medicamentos e Cosméticos (Lepemc), para o controle de qualidade e análise de medicamentos destinados à distribuição nos postos de saúde atrasou dois meses, em 2005, por causa de cinco ninhos de corujas.

    Isso levou a instituição a prometer que mapearia todos os ninhos existentes no campus, para que outras obras não os destruíssem. Mesmo assim, à “época” alguns alunos comunicaram a Sociedade Protetora dos Animais e pregaram cartazes ao lado dos ninhos dizendo que destruir o habitat de animais silvestres é crime ambiental. 

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