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As donas de casa Maria Inês, 76 anos, e Valdelina de Melo da Silva, 69, não se desgrudaram, na manhã desta quarta-feira (11), quando um grupo de doze pessoas foi visitar suas futuras casas, construídas pelo Projeto Moradias, com recursos da Itaipu Binacional. “Espero que a gente continue sendo vizinhas”, comentou Valdelina.
Em breve, as duas serão moradoras do Conjunto Habitacional Marina Áureo Galdin, que reúne 52 novas residências no bairro Três Bandeiras, em Foz do Iguaçu (PR), e que deve ser entregue no final de julho. Outros dois lotes já estão previstos: o segundo, com 60 casas, está na fase de terraplanagem. O maior deles, com 142 moradias, está em processo de regulamentação do terreno.
A construção de 254 populares faz parte das ações do programa Itaipu Mais que Energia e vai beneficiar famílias em situação de vulnerabilidade social, que hoje vivem em uma área de risco na Vila Brás, junto ao Rio Poty, nascente do Rio Boicy. O local é classificado como Área de Preservação Permanente (APP) e está ocupado há mais de 30 anos. A maior parte é formada por pessoas que vivem da coleta de recicláveis.
A iniciativa da Itaipu tem parceria com o Itaipu Parquetec, Prefeitura e Instituto de Habitação de Foz do Iguaçu (FozHabita). A Tecverde Engenharia é responsável pela realização das obras, que utilizou um sistema construtivo sustentável e inovador na construção das casas, atendendo às diretrizes do Governo Federal sobre transição energética, com sustentabilidade aplicada à construção civil, reduzindo o tempo de obra e a produção de resíduos.
Novas moradoras
A visita foi acompanhada por representantes de Itaipu Binacional, Itaipu Parquetec, prefeitura e FozHabita. O prefeito Joaquim Silva e Luna esteve presente e conversou com os moradores. Foram repassadas informações gerais sobre as casas e, no final do mês, uma nova apresentação será feita para passar dados técnicos sobre as construções.
Neide Elias, 60, é catadora de recicláveis há 45 anos e vive com o marido Vilson Alves e três netos em uma casinha na Vila Brás. Ela está na expectativa para se mudar para a nova casa. “Já passei na loja e comprei dois guarda-roupas, quando eu me mudar, eles vão vir direto para cá. Quero comprar tudo novo, se Deus quiser”, contou.
“Será que dá para colocar um armarinho debaixo da pia?”, questionou Maria Inês Baptista sobre a futura casa onde vai morar com o marido Vilson Alves. Ela tinha várias perguntas sobre a moradia já tem planos de como vai ficar: “depois quero colocar um muro ali atrás”.
A atual vizinha dela, Valdelina, não sabe se vai trazer Bob, seu cachorro. “Ele é grandão, vou ter que colocar um muro na casa”, disse a futura moradora. Para ela, o mais importante é continuar próxima da vizinha. “A gente se ajuda, eu tenho problema de locomoção e ela busca remédio na farmácia para mim”, comentou.
“A senhora vai se livrar daqueles rangidos dos eucaliptos, né Valdelina”, brincou a líder comunitária Adriana Treles, 32 anos, sobre a casa onde Valdelina vive atualmente. “São uns eucaliptos enormes, é até perigoso cair algum galho grande lá.”
Adriana mora em outra área na Vila Braz e não vai se mudar neste primeiro lote. Mas tem acompanhado o projeto desde o início e a expectativa de seus vizinhos pelo novo lar. “Muita gente falou para mim assim, ‘será que eu vou morrer e nunca vou ter uma casa digna?’ Eles estão muito animados, querem comprar móveis novos, não trazer os velhos da casa antiga”, afirmou.
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