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Nesta segunda-feira (28), quando se celebra o Dia Mundial da Conservação da Natureza, o Paraná reforçou seu compromisso não apenas com a proteção do meio ambiente, mas também com a recuperação do que dele foi perdido: os viveiros do Instituto Água e Terra (IAT), órgão vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), fecharam o primeiro semestre de 2025 com a distribuição de 1,4 milhão de mudas de espécies nativas.
O número representa um aumento de 49,7% em relação ao mesmo período do ano passado — quando foram entregues 935 mil mudas — e deve contribuir para a restauração de 1.260 hectares de mata nativa em todo o Estado, área equivalente a 1.764 campos de futebol. Desde 2019, já são mais de 12 milhões de plantas distribuídas pelo IAT.
“O Paraná não registra apenas a queda expressiva no desmatamento, mas também amplia sua área verde e conservada por meio dessa distribuição maciça de mudas. É mais respeito à Mãe Natureza, o zelo ambiental em ação, com amor às nossas matas”, destaca o secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável, Rafael Greca.
As mudas produzidas pelos 19 viveiros e dois laboratórios de sementes do IAT são de espécies da flora nativa. Plantas que estão ajudando a reflorestar locais que precisam ser recuperados ambientalmente ou mais bem arborizados, sejam eles localizados em espaços urbanos ou rurais. O órgão produz mudas de mais de 100 espécies diferentes, incluindo 25 ameaçadas de extinção, como a araucária (Araucaria angustifolia) e a imbuia (Ocotea porosa).
De acordo com a bióloga da Divisão de Distribuição de Mudas Nativas do IAT, Roberta Scheidt Gibertoni, o aumento no repasse de espécies nativas reflete uma crescente conscientização ambiental da sociedade, além do fortalecimento de políticas públicas voltadas à restauração de áreas degradadas.
“Hoje vemos um crescimento exponencial na demanda por mudas de espécies nativas. Isso se dá tanto pelo maior entendimento sobre a importância da recuperação da vegetação quanto pela necessidade de cumprir exigências legais e compensações ambientais relacionadas ao licenciamento de obras e empreendimentos”, explica.
Ela reforça os impactos positivos da restauração ambiental na qualidade de vida da população paranaense. “Ao plantar espécies nativas, estamos melhorando a qualidade do ar e da água, mitigando os efeitos das mudanças climáticas, protegendo a biodiversidade e promovendo saúde física e mental”, ressalta. “Além disso, a recuperação dos ecossistemas florestais cria espaços mais arborizados, propícios ao lazer e ao bem-estar”.
Roberta destaca ainda o planejamento que há por trás das entregas de mudas, com ações planejadas pelo IAT com foco na biodiversidade. “Buscamos garantir diversidade de espécies, incluindo aquelas com algum grau de ameaça de extinção. Isso vai estimular o requerente a também plantar uma variedade de espécies, criando florestas ricas em vegetação. Essa combinação proporciona uma melhor qualidade ambiental, garantindo a manutenção da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos”, afirma.
COMO SOLICITAR
O trabalho dos viveiros atende a uma ampla gama de projetos e programas — estaduais e federais — voltados à recuperação da vegetação nativa. Entre eles, destacam-se o Programa de Regularização Ambiental (PRA), o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg), o programa Paraná Mais Verde e o programa Asfalto Novo, Vida Nova. As mudas também são usadas em projetos de pesquisa, plantios voluntários, eventos e iniciativas de reflorestamento urbano e rural.
Os interessados podem solicitar mudas por meio do Sistema de Gestão Ambiental (SGA). O pedido passará por uma análise técnica do IAT. Caso seja aprovado, será encaminhado um e-mail ao requerente, com as informações do local de retirada das mudas e a documentação necessária.
AEN
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