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Enquanto a Igreja Católica se reúne em conclave para eleger seu novo líder, o processo de escolha do 267º papa tem gerado um burburinho incomum no universo das apostas online. Plataformas de previsão baseadas em tecnologia blockchain registram volumes financeiros expressivos, com apostadores tentando antecipar o resultado da votação secreta na Capela Sistina.
Em uma das principais bolsas de apostas do gênero, o conclave já movimentou o equivalente a mais de 33 milhões de dólares (cerca de R$ 172,2 milhões na cotação atual). Usuários dessas plataformas “investem” em diferentes cenários, comprando contratos que funcionam como ações, cujos valores flutuam conforme a percepção de probabilidade entre os participantes.
As opções de aposta vão desde a identidade do cardeal que sucederá o Papa Francisco – após a segunda rodada de votação, o cardeal Pietro Parolin aparecia com uma probabilidade considerável – até previsões bastante inusitadas, como as “chances” de figuras públicas fora do clero, como Donald Trump, serem eleitas. As probabilidades para cardeais brasileiros e a identificação de um “azarão” também atraem interesse.
Esses mercados de previsão operam frequentemente com criptoativos, como a USDC Coin (USDC), que tem seu valor atrelado ao dólar. O funcionamento se baseia em apostas do tipo “Sim” ou “Não” sobre a ocorrência de eventos futuros em diversas áreas, com os preços dos contratos refletindo o consenso dos apostadores sobre a probabilidade. Em caso de acerto, os vencedores podem resgatar seus ganhos proporcionalmente ao total apostado.
A regulamentação sobre esse tipo de aposta varia significativamente. No Brasil, apostas em eventos não esportivos com resultado aleatório foram proibidas a partir de 1º de janeiro de 2025. Nos Estados Unidos, embora apostas eleitorais tenham sido legalizadas sob certas condições e regulamentação específica, plataformas que oferecem previsões sobre eventos como guerras ou outros temas podem enfrentar restrições legais.
O Rito do Conclave
Independentemente das apostas, o processo de eleição do papa segue um rito secular e rigoroso. O conclave tem início após o período de nove dias de luto pela morte do pontífice anterior. A portas fechadas na Capela Sistina, cardeais com menos de 80 anos (cujo número pode variar em cada eleição) participam da votação secreta.
Para que um cardeal seja eleito papa, ele precisa obter uma maioria de dois terços dos votos dos eleitores presentes. A cada votação, as cédulas são queimadas. A fumaça preta saindo da chaminé da Capela Sistina indica que nenhuma decisão foi alcançada e a votação prossegue. Somente quando um cardeal atinge o mínimo necessário de votos, as cédulas são queimadas de forma a produzir fumaça branca, sinalizando ao mundo o tradicional “Habemus Papam” (Temos Papa). Cardeais brasileiros fazem parte do grupo de eleitores neste conclave, participando ativamente do processo de escolha do novo líder da Igreja.
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