Desastres climáticos atingem 92% dos municípios brasileiros, diz pesquisa

Pesquisa aponta que as mudanças climáticas intensificaram desastres naturais no Brasil, afetando milhões de pessoas e causando danos econômicos e sociais significativos, com destaque para secas, enchentes e ondas de calor.

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    Nos últimos 30 anos, 92% dos municípios brasileiros registraram desastres climáticos, conforme estudo do Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo. O levantamento, que abrange o período de 1991 a 2023, evidencia que as alterações no clima têm impactado a vida cotidiana de maneira crescente.

    O aumento da temperatura global tem contribuído para um maior número de desastres no país. O estudo revela que para cada 0,1°C de aumento na temperatura média global do ar, houve um acréscimo de 360 registros de desastres. Esses eventos incluem secas, enchentes, ondas de calor e fenômenos meteorológicos extremos, que, ao longo do tempo, causaram danos financeiros expressivos.

    Entre 1991 e 2023, o Brasil registrou 64.280 desastres climáticos, com destaque para eventos climatológicos (49,8%) e hidrológicos (26,58%). A seca prolongada no Rio Negro, no Amazonas, e as enchentes no Rio Grande do Sul são exemplos de como esses desastres afetam diretamente as populações locais. No sul do país, em 2024, 468 municípios foram devastados pelas chuvas e inundações, afetando milhões de pessoas.

    Além dos danos materiais, o impacto social desses desastres também tem sido profundo. Estima-se que, entre 2020 e 2023, cerca de 78 milhões de pessoas foram atingidas, evidenciando um aumento nas consequências sociais desses eventos. O impacto psicológico, como o medo de futuras enchentes ou secas, também tem sido relevante, com 62% da população brasileira relatando medo em dias de previsão de chuva intensa.

    O estudo alerta ainda para os prejuízos econômicos causados pelos desastres, que podem superar os R$ 5,6 bilhões para cada aumento de 0,1°C na temperatura global. Isso se deve, em grande parte, à necessidade de investimentos públicos para reconstrução e ajuda emergencial, recursos que poderiam ser alocados em outras áreas, como saúde e educação.

    Esses números são apenas uma parte do quadro, pois muitos danos não são contabilizados, especialmente os de ordem emocional e psicológica. Para as populações mais vulneráveis, a perda de bens materiais não é apenas uma questão financeira, mas também uma perda de história e memória, afetando a saúde mental de muitos.

    O estudo segue em análise, com mais publicações detalhando os impactos específicos de cada tipo de desastre climático.

    Agência Brasil

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