Tempo estimado de leitura: 2 minutos
Um estudo do Laboratório Nacional de Biorrenováveis do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) aponta que a produção de cana-de-açúcar no Brasil poderá cair até 20% nos próximos dez anos devido às mudanças climáticas. Essa redução terá um impacto significativo no mercado de etanol combustível e no setor de biocombustíveis, do qual o Brasil é líder global.
A pesquisa destaca que a diminuição na quantidade e frequência de chuvas é o principal fator prejudicial para o cultivo da cana-de-açúcar, superando os efeitos da elevação das temperaturas. A análise foi realizada com técnicas de modelagem agroclimática, utilizando dados climáticos históricos e simulações para prever o impacto das mudanças climáticas na região Centro-Sul do Brasil, que inclui os estados de São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Esses estados são responsáveis por 90% da produção nacional de cana-de-açúcar. O estudo utilizou dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o modelo Crop Assessment Tool desenvolvido pelo CNPEM para avaliar os efeitos das mudanças climáticas na produtividade da cana.
De acordo com a pesquisa, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) já projeta uma redução de 3,8% na safra de 2024/2025 devido aos baixos índices pluviométricos e às altas temperaturas.
O engenheiro agrícola Gabriel Petrielli, principal responsável pelo estudo, alerta que a diminuição da produção pode resultar em uma perda significativa de receitas no setor. A queda na produtividade pode levar a uma redução na receita de CBIOs de aproximadamente US$ 1,9 milhão por bilhão de litros de etanol produzido, totalizando uma perda anual de cerca de US$ 60 milhões.
Comentários estão fechados.