Empresas faturam até R$ 20 bi, enquanto apostadores perdem R$ 23 bilhões em apostas esportivas

Mercado de apostas esportivas cresce rapidamente, mas a maioria dos brasileiros enfrenta prejuízos significativos; regulamentação busca equilibrar o setor.

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    O crescimento das apostas esportivas no Brasil tem gerado lucros vultosos para as empresas do setor, mas o mesmo não se pode dizer para os apostadores, que, em sua maioria, têm amargado perdas consideráveis.

    De acordo com apuração da Forbes Brasil, enquanto a receita das empresas de apostas pode chegar a R$ 20 bilhões anuais, os brasileiros, por outro lado, perderam cerca de R$ 23,9 bilhões em 2023. Essa disparidade ilustra a dinâmica desafiadora para os apostadores em um mercado que não para de crescer.

    Frases como “Faz um bet aê” e “deu green” tornaram-se comuns no vocabulário dos brasileiros, refletindo a explosão das apostas esportivas no país.

    As empresas do setor, que recentemente começaram a ser reguladas após a aprovação da lei em dezembro de 2023, estão em plena ascensão, com contratos milionários com clubes de futebol e uma forte presença no mercado. Segundo um relatório do Itaú BBA, as receitas dessas empresas variam entre R$ 8 bilhões e R$ 20 bilhões anuais.

    Orçamentos comprometidos
    No entanto, o impacto das apostas esportivas vai além das cifras lucrativas para as empresas. De acordo com dados do Itaú BBA, os brasileiros gastaram R$ 68,2 bilhões em apostas em 2023, mas a maioria saiu no prejuízo, perdendo cerca de R$ 23,9 bilhões no balanço entre vitórias e derrotas.

    Um estudo da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) revelou que 60% dos brasileiros que já realizaram alguma aposta esportiva perderam dinheiro, o que tem levado a um comprometimento significativo dos orçamentos pessoais.

    Preocupação
    Essa nova febre do consumo preocupa as autoridades. O Brasil já ocupa a terceira posição mundial em consumo de serviços de apostas, atrás apenas dos EUA e da Inglaterra, conforme dados da Comscore.

    Com a popularização dos cassinos online e jogos de azar, o número de jogadores compulsivos também está aumentando, com estimativas de que cerca de dois milhões de brasileiros sofram de ludopatia, um transtorno classificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma condição de controle de impulsos, caracterizada pelo desejo incontrolável de continuar jogando, mesmo diante de consequências negativas.

    Regulamentação
    A regulamentação do setor, sancionada em dezembro de 2023, prevê a tributação das empresas de apostas que operam no Brasil, com uma previsão de arrecadação de R$ 12 bilhões por ano para os cofres públicos.

    Em julho de 2024, o Ministério da Fazenda publicou uma portaria com regras específicas para as apostas e jogos online, mas ainda são necessárias novas regulamentações para que a lei seja plenamente aplicada. De acordo com estimativas do governo, o setor de apostas esportivas movimentou R$ 120 bilhões em 2023, um crescimento de 71% em relação a 2020.

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