Vacina contra a pólio continua disponível no Paraná após fim da campanha

A poliomielite pode causar a paralisia nos membros inferiores, sequelas ou, em casos mais graves, pode levar à morte.

  • Tempo estimado de leitura: 4 minutos

    Nesta sexta-feira (14), encerra-se a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, iniciada em 27 de maio, com o objetivo de ampliar a cobertura vacinal entre crianças de seis meses a menores de cinco anos. No entanto, a adesão ficou abaixo do esperado.

    A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) destaca que, apesar do término da campanha, as doses da vacina contra a pólio continuam disponíveis em todas as unidades de saúde do Paraná.

    A Sesa intensificou as estratégias de vacinação junto aos municípios para aumentar o número de crianças imunizadas contra as formas graves de paralisia infantil. A meta era vacinar mais de 700 mil crianças, mas até agora, apenas 95.983 doses foram administradas, sendo 81.454 da Vacina Oral Poliomielite (VOP) e 4.527 da Vacina Injetável Poliomielite (VIP), de acordo com a Rede Nacional de Dados em Saúde. A cobertura vacinal da campanha ficou em apenas 14,06%.

    O secretário estadual da Saúde, Cesar Neves, ressaltou a importância da continuidade da vacinação:

    “É importante destacar que, apesar da campanha encerrar nesta sexta-feira, a vacina contra a poliomielite permanece disponível e gratuita nas UBS. Todas as crianças que fazem parte do grupo elegível devem se vacinar. A poliomielite é uma doença considerada eliminada no país e é nosso dever cuidar para que esse quadro não se altere.”

    Conforme dados do LocalizaSUS, do Ministério da Saúde, em 2023, o Brasil alcançou uma cobertura de 84,95% para a VIP, enquanto o Paraná atingiu 90,18%. No caso da VOP, o Brasil registrou 76,99% de cobertura, com o Paraná atingindo 83,38%. No estado, apenas o município de São Manoel do Paraná alcançou a meta de 95% de imunização das crianças de um a menores de cinco anos.

    O atual esquema vacinal contra a poliomielite inclui três doses injetáveis no primeiro ano da criança, aplicadas aos 2, 4 e 6 meses. O reforço é administrado aos 15 meses e aos 4 anos, sendo essas doses por via oral.

    Virginia Dobkowski Franco dos Santos, chefe da Divisão de Vigilância do Programa de Imunização, enfatizou o esforço contínuo dos municípios:

    “Temos percebido um grande esforço dos municípios em vacinar, embora os dados de doses aplicadas não refletirem isso. Esperamos que, apesar do encerramento da campanha nesta sexta-feira, sejamos surpreendidos com um maior número de doses nos próximos dias após os municípios finalizarem os registros”, enfatizou.

    SOBRE A DOENÇA

    A poliomielite é uma doença contagiosa aguda causada por um vírus que infecta o intestino. Apesar de ser mais conhecida como “paralisia infantil”, o vírus pode infectar tanto crianças como adultos.

    A maioria das pessoas infectadas não fica doente e não manifesta sintomas, deixando a doença passar despercebida.

    Os sintomas mais frequentes são:

    • febre
    • mal-estar
    • dor de cabeça
    • dor de garganta e no corpo
    • vômitos
    • diarreia
    • constipação (prisão de ventre)
    • espasmos
    • rigidez na nuca
    • meningite

    A poliomielite pode causar a paralisia nos membros inferiores, sequelas ou, em casos mais graves, pode levar à morte. A vacinação é a principal forma de prevenção. 

    Embora erradicada no Brasil desde 1994, com o último caso registrado no Paraná em 1986, a falta de vacinação tem sido um fator de risco para o ressurgimento da doença nos últimos anos.

    Para garantir que a poliomielite continue controlada, é crucial que pais e responsáveis vacinem suas crianças. As unidades básicas de saúde estão prontas para atender a população, oferecendo a vacina de forma gratuita e segura.

    Comentários estão fechados.