Por Vitor Germano Em 1986, Nancy Peter tirou um empréstimo para pagar os últimos semestres de sua graduação em psicologia na Universidade Mundelein, em Chicago. Quatro décadas depois, ela ainda está pagando essa dívida.
“Os juros vão empilhando e empilhando, então cada centavo não-pago vai pesando” ela disse.
Peter tirou outro empréstimo para sua especialização na Universidade de Loyola, e trabalhou como psicoterapeuta por esses 40 anos. Mas agora com 71 anos e avó de dois, ela deve 108 mil — Mais do que o triplo do valor que ela tinha originalmente emprestado.
Nancy está em um programa de pagamento de dívidas que permite que devedores paguem de acordo com seu rendimento, mas às vezes os pagamentos são tão pequenos que nem cobrem os juros, ou seja, a dívida cresce mesmo enquanto a pessoa está pagando.
Em um certo ponto, Peter ficou sem pagar devido a problemas de saúde — Mas os juros continuaram a subir.
De acordo com o Departamento de Educação dos EUA, 43 milhões de americanos coletivamente devem cerca de US$ 1.3 trilhão em dívidas estudantis, com o devedor médio devendo US$ 37.000
“Isso vai soar horrivel” disse Peter “Mas eu fiz um estudo sobre formas de ter a dívida perdoada, e a única em que eu poderia me encaixar seria morrendo.“
Ano passado, o supremo tribunal dos EUA derrubou uma proposta da administração federal de perdoar centenas de bilhões de dólares em dívidas estudantis, mas o governo federal ainda conseguiu implementar um programa chamado SAVE, que deve reduzir os pagamentos mensais para pessoas que:
- Estão pagando há pelo menos 10 anos
- Emprestaram um montante inicial de US$ 12.000 ou menos
- … Mas alguns com menos tempo ou montantes maiores têm uma chance de ter a dívida perdoada, dependendo do caso.
Mais de 7 milhões de pessoas já se inscreveram no programa. Para Peter, o plano SAVE pode acabar sendo a salvação.
“É humilhante.” Ela disse “É algo tão privado. Se pessoas descobrissem que eu devo tudo isso de dinheiro, iam olhar pra mim de uma forma diferente.“
Quando questionada pelo jornal americano NBC sobre por que ela havia decidido compartilhar sua história, a idosa disse: “Eu preciso de ajuda, e se eu preciso de ajuda, tem muitas outras pessoas que precisam de ajuda. E se sequer uma pessoa conseguir a ajuda que precisa por conta disso, então valeu a pena pra mim.“
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