Estudo revela que brancos mais ricos ganham 56 vezes mais que negros mais pobres

Essa é a conclusão de um estudo do Núcleo de Estudos Raciais do Insper, que usou dados da Pnad Contínua do IBGE.

  • Foto: Reprodução/Agência Brasil 

    A diferença entre a renda média dos brancos mais ricos e dos negros mais pobres no Brasil caiu em 2022, mas ainda é muito alta, especialmente nas regiões Nordeste e Norte. Essa é a conclusão de um estudo do Núcleo de Estudos Raciais do Insper, que usou dados da Pnad Contínua do IBGE.

    De acordo com o estudo, os brancos que estão entre os 10% mais ricos do país ganhavam, em média, R$ 7.027,74 por pessoa em 2022, enquanto os negros que estão entre os 10% mais pobres recebiam apenas R$ 152,46. Isso significa que a renda dos brancos mais ricos era 46,1 vezes maior que a dos negros mais pobres.

    Essa diferença era ainda maior em 2021, quando chegou a 71,8 vezes. Foi o maior valor da série histórica, que começou em 2012. O menor valor foi registrado em 2014, quando a diferença foi de 45,5 vezes.

    O economista Alysson Portella, um dos autores do estudo, explica que a redução da desigualdade em 2022 se deve em parte à recuperação do mercado de trabalho e ao aumento dos benefícios sociais, como o Auxílio Brasil, que depois voltou a se chamar Bolsa Família.

    No entanto, ele alerta que a situação ainda é grave, principalmente nas regiões Nordeste e Norte, onde a renda dos brancos mais ricos era, respectivamente, 56,2 e 45,4 vezes maior que a dos negros mais pobres em 2022. Ele atribui essa disparidade a fatores estruturais, como a falta de investimento em educação e saúde para a população negra.

    “Os resultados ainda são muito grandes para o Brasil como um todo, principalmente no Nordeste e no Norte. Isso está associado à renda mais baixa nessas regiões, a taxas de pobreza mais altas. Estamos falando de questões estruturais, de investimento nas pessoas. O acesso à educação ou à saúde, por exemplo, teve muitas restrições no Brasil”, diz.

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