Por que os planos de saúde estão ficando mais caros? Reajustes de até 25%

Em média, os convênios ficaram 11,52% mais caros. Em alguns casos, o reajuste ultrapassa os 20% de acordo com análise do BTG Pactual.

  • Por Vitor Germano

    Todos os planos de saúde ficaram mais caros no ano passado. Em alguns casos, o reajuste ultrapassa os 20% de acordo com análise do BTG Pactual.

    O IPCA, índice que mede a inflação de preços de bens e serviços, fechou 2023 em 4,72% – no setor de saúde o reajuste de convênios médicos foi a que teve a maior subida. Em média, os convênios ficaram 11,52% mais caros. Alguns planos subiram seus preços mais de 25%.

    • SulAmerica: 25,8%
    • Bradesco Saúde: 22,6%
    • Amil: 21,2%
    • Hapvida: 15%
    • Unimed: 13,5%

    Planos individuais e familiares, contratados diretamente pelo beneficiário, têm um teto de reajuste definido pela ANS. Em 2023, esse aumento foi limitado a 9,63%.

    No entanto, planos coletivos por adesão ou corporativos, contratados por intermédio de empresas ou sindicatos não seguem essa determinação; as negociações para estes são diretas entre as operadoras e entidades contratantes — e há mais pessoas em convênios coletivos/corporativos do que em planos individuais: segundo dados de um relatório da Associação Brasileira de Planos de Saúde, em junho de 2023 haviam 8,9 milhões de beneficiários em planos individuais e 41,8 milhões de beneficiários em planos coletivo ou corporativo.

    Ou seja: 82% dos convênios médicos no Brasil não precisam seguir o teto de reajustes determinado pela ANS.

    A principal razão citada pelas operadoras de plano de saúde é um aumento de sinistralidade — Isso é, o quanto o plano de saúde é usado. O lucro de uma seguradora, e isso inclui planos de saúde, está exatamente em usuários que pagam e não usam.

    Dados apontam que, durante a pandemia, o índice geral de sinistralidade incluindo todos os tipos de plano de saúde caiu bastante. De 83,1% para 76,4%. Mas este índice voltou a subir, em Setembro de 2023 ele media 86,6%.

    A Associação Brasileira de Planos de Saúde indica que o setor está com um prejuízo de 4,3 bilhões em 2023, e que as mensalidades não são suficientes para o pagamento das despesas assistenciais.

    Analistas ainda indicam que os preços devem continuar subindo. Razões citadas incluem uma população cada vez mais velha, e uma busca maior de serviços de saúde mental.

    Imagem: Freepik / Foto criada por @pressfoto

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