Escola Americana remove espelhos dos banheiros para impedir alunos de gravarem TikToks

A escola também implementou um sistema que permite cronometrar quanto tempo cada aluno individual passa fora da sala.

  • Por Vitor Germano

    Uma escola no estado da Carolina do Norte, EUA, está tomando medidas drásticas para combater o vício de seus alunos pelo aplicativo TikTok.

    A Escola Secundária Southern Alamance no município de Graham removeu todos os espelhos de banheiro para desencorajar alunos que buscavam popularidade na internet.

    “Alunos iam para o banheiro por longos períodos de tempo pra filmar vídeos para o TikTok” disse o porta-voz do distrito escolar Les Atkins.

    A administração observou que os espelhos figuravam nestes vídeos frequentemente.

    O aplicativo, de origem chinesa, tem os mesmos incentivos de ‘rolagem infinita’ e concorrência por popularidade que são citadas por especialistas como contribuintes em vícios.

    A administração da escola observou que os banheiros sem espelhos já tiveram efeito. “Menos visitas ao banheiro, visitas mais curtas, e estudantes são responsabilizados, e quando há responsabilidade você percebe a diferença”, disse Atkins ao jornal local WFMY.

    A escola também implementou um sistema que permite cronometrar quanto tempo cada aluno individual passa fora da sala.

    Alguns pais sugeriram uma alternativa no entanto: “Eu tenho uma ideia melhor, sem celulares na escola e você pode colocar os espelhos de volta” disse um pai.

    SAÚDE MENTAL

    O vício em redes sociais foi ligado ao aumento de depressão e ansiedade em adolescentes.

    “Infelizmente, há incentivos estruturais e contextuais no TikTok que contribuem mais ao vício que qualquer atributo individual dos usuários,” disse um artigo do Jornal de Saúde Pública da Universidade Brown.

    “Elementos funcionais do aplicativo e sua funcionalidade, como o padrão de recompensa variável da fila de conteúdo, e a interface simples que induz um ‘fluir’ com a capacidade de ‘rolagem infinita’ usam de técnicas de condicionamento psicológico para formar ciclos de hábito e gerar o uso viciado.”

    O conteúdo na plataforma também levanta questionamentos. Semana passada, o TikTok baniu um adolescente do Iêmen, que havia se autodeclarado um “pirata sensual” e gravado um vídeo posando com um navio sequestrado no Mar Vermelho.

    Foto: Getty Images

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