Foto: Reprodução/redes sociais
Ronnie Lessa, ex-PM e suspeito de assassinar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes em março de 2018, fez uma delação premiada à Polícia Federal e apontou Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), como um dos mandantes do crime. A informação foi divulgada pelo Intercept Brasil, com base em fontes ligadas à investigação.
Lessa está preso desde março de 2019 e seu acordo de delação ainda precisa ser homologado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), pois Brazão tem foro privilegiado. O advogado de Brazão, Márcio Palma, disse que não tinha conhecimento da delação e que seu cliente nunca foi investigado pelo caso Marielle. Brazão sempre negou qualquer envolvimento no crime e chegou a ser acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de obstruir as investigações em 2019.
A motivação de Brazão para mandar matar Marielle seria vingança contra Marcelo Freixo, ex-deputado estadual pelo Psol e atual presidente da Embratur pelo PT. Freixo foi o mentor político de Marielle e presidiu a CPI das milícias em 2008, que citou Brazão como um dos políticos que faziam campanha em Rio das Pedras, reduto de milicianos. Freixo também teve papel importante na Operação Cadeia Velha, que prendeu em 2017 três deputados estaduais do MDB, partido de Brazão. Um deles, Jorge Picciani, morreu de câncer em maio de 2021.
Em 2020, a ministra Laurita Vaz, do STJ, relatou que a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio cogitaram a hipótese de Brazão ter agido por vingança, considerando a atuação de Freixo contra o MDB e o TCE-RJ, do qual Brazão foi afastado em 2017, após ser preso na Operação Quinto do Ouro, por suspeita de receber propina de empresários.
*Com informações do Diário do Poder.
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