Uma revolução digital está transformando o setor agrícola no Brasil, com mais de 95% dos produtores rurais adotando tecnologias digitais, revela um estudo liderado pela pesquisadora Maira de Souza Regis, da Universidade de Brasília (UnB). As informações foram publicadas no jornal O Estado de São Paulo.
O levantamento aponta um caminho irreversível para a agricultura digital, destacando seus benefícios em termos de sustentabilidade ambiental, social e econômica.
A pesquisa evidencia uma ampla aceitação de máquinas e equipamentos tecnológicos avançados pelos produtores.
O Centro-Oeste brasileiro se destaca, com 80% dos agricultores utilizando softwares e aplicativos para gestão de propriedades, enquanto o Nordeste mostra menor adesão, com 41%. Notavelmente, a maioria dos usuários dessas tecnologias são proprietários de grandes fazendas, com áreas entre 500 e 1.000 hectares.
Os dados coletados mostram que 96,3% dos produtores utilizam softwares e aplicativos para operações bancárias via internet, 90,74% para previsão climática, 90,71% para manejo agrícola e 70,37% para gestão de propriedades. Ademais, a adoção de tecnologias como telemetria, drones e sensores de vegetação está cada vez mais presente.
A nova geração de agricultores, com idades entre 20 e 30 anos, muitos dos quais com educação superior, está liderando o uso dessas inovações, principalmente em culturas como soja, milho, feijão e sorgo. Eles não apenas buscam eficiência operacional, mas também visam expandir seus negócios, com rendas anuais entre R$ 10 milhões e R$ 1 bilhão.
Entretanto, a pesquisa identifica a falta de acesso à internet no campo como um obstáculo significativo para a digitalização completa do setor.
Maira de Souza Regis salienta a necessidade de estudos adicionais para entender as disparidades regionais na utilização dessas tecnologias e para avaliar o impacto potencial na tomada de decisões dos produtores.
Esta tendência crescente capturou a atenção de startups como a Cromai, que se especializa no monitoramento de culturas como cana-de-açúcar e soja usando inteligência artificial.
Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, Guilherme Castro, CEO da Cromai, destacou a eficiência trazida pelas ferramentas de IA, como a redução de até 65% no uso de insumos químicos e água.
Este cenário indica que a agricultura digital não é apenas uma tendência, mas uma transformação fundamental na forma como a agricultura é praticada no Brasil, prometendo uma maior sustentabilidade e eficiência no setor.
Imagem: Freepik / Foto criada por @jcomp
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