Nos cenários de trabalho contemporâneos, a saúde mental emerge com preocupação crescente, muitas vezes superando até os riscos físicos tradicionalmente associados a ambientes profissionais. Uma pesquisa recentemente conduzida pela empresa americana Atticus destaca que condições como estresse e ansiedade são responsáveis por 52% das questões de saúde relatadas no trabalho.
Este cenário tem implicações econômicas severas em escala mundial: problemas de saúde mental são responsáveis pela perda de aproximadamente 12 bilhões de dias de trabalho por ano, impactando a economia global em cerca de US$ 1 trilhão, conforme dados da Organização Internacional do Trabalho.
O Brasil, especificamente, não está alheio a essa tendência. Os dados revelam que as condições mentais relacionadas ao ambiente de trabalho são uma das principais causas de afastamentos no país. Agravando o quadro, uma pesquisa de 2022 da Ipsos apontou que quase metade da população brasileira apresenta sintomas de ansiedade e depressão, e o ambiente de trabalho pode ser um catalisador desses sintomas.
Um olhar mais atento às mulheres brasileiras, particularmente mães, revela uma realidade ainda mais desafiadora. Questões financeiras e preocupações profissionais são fontes significativas de estresse para esse grupo. Um estudo da ONG Think Olga evidencia a dimensão do problema: 60% das mulheres expressam a vontade de alterar sua situação financeira, e 30% desejam mudanças no contexto profissional.
O setor de tecnologia, frequentemente percebido como inovador e progressista, não está isento desses desafios. Culturas corporativas tóxicas e sobrecarga de trabalho são realidades para muitos profissionais do setor. E, enquanto algumas ferramentas, como o ChatGPT, estão auxiliando nas tarefas de RH, a questão mais ampla da saúde mental permanece.
Além das pressões externas, características individuais, como o perfeccionismo, podem exacerbá-las. O “burnout do perfeccionista” tem ganhado notoriedade como um subconjunto específico do esgotamento profissional, onde as próprias demandas internas dos trabalhadores agravam o estresse.
Dada a complexidade do problema, especialistas enfatizam a necessidade de estratégias de autocuidado personalizadas. Meditação, prática regular de exercícios e intervalos durante o trabalho são apenas algumas das recomendações para combater o estresse e preservar a saúde mental.
Em Resumo:
Saúde mental representa 52% dos problemas de saúde no ambiente profissional.
A economia global sofre impacto de US$ 1 trilhão devido a afastamentos por problemas mentais.
No Brasil, quase metade da população mostra sinais de ansiedade e depressão.
Mulheres, em especial mães, enfrentam desafios acrescidos no equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
Ambientes de trabalho tóxicos são prevalentes, inclusive no setor de tecnologia.
Autocuidado é fundamental para combater as pressões internas e externas.
Esse cenário reforça a urgência de iniciativas voltadas à saúde mental nos ambientes de trabalho, seja por meio de políticas empresariais, seja por práticas individuais de autocuidado.
Imagem: Freepik / Foto criada por @yanalya
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