Foto: Narges Mohammadi Foundation/AFP
A ativista iraniana Narges Mohammadi, que está presa por se opor ao uso obrigatório do véu e à pena de morte no Irã, foi a vencedora do prêmio Nobel da Paz 2023, anunciado nesta sexta-feira (6). Ela recebeu o prêmio “pela sua luta contra a opressão das mulheres no Irã e para promover os direitos humanos e a liberdade para todos”, segundo o comitê norueguês do Nobel.
Mohammadi, de 51 anos, é jornalista e vice-presidente do Centro para os Defensores dos Direitos Humanos, fundado pela também iraniana e Nobel da Paz Shirin Ebadi. Ela foi presa 13 vezes desde que tinha 22 anos e condenada a um total de 31 anos de prisão e 154 chibatadas por suas atividades.
A ONU (Organização das Nações Unidas) e o Comitê do Nobel pediram ao Irã pela libertação de Mohammadi, que está detida na prisão de Evin, em Teerã, onde sofre perseguição judicial e policial. Ela não vê o marido nem os dois filhos, que vivem exilados na França, há oito anos.
O prêmio de Mohammadi ocorre em meio a uma forte onda de protestos no Irã após a morte de Mahsa Amini, há um ano, quando estava sob custódia da polícia. A jovem foi detida por supostamente violar o código de vestimenta para as mulheres, que obriga a cobrir a cabeça com um véu e usar roupas discretas em espaços públicos.
A família de Mohammadi disse que dedica o prêmio a todos os iranianos e, especialmente, às mulheres e meninas iranianas que inspiraram o mundo com sua coragem e sua luta pela liberdade e igualdade.
No ano passado, o Nobel da Paz foi entregue a um trio de defensores dos direitos humanos: a ONG russa Memorial, o Centro Ucraniano para as Liberdades Civis e o ativista bielorrusso preso Ales Bialiatski.
O prêmio inclui uma medalha de ouro, um diploma e a quantia de 11 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 5 milhões).
Comentários estão fechados.