Foto: Reprodução / Redes Sociais
Wilmer Becerra é um engenheiro colombiano que faz sucesso nas redes sociais com vídeos em que mostra como consertar iPhones, iPads e iMacs. Ele tem mais de 12 milhões de seguidores no TikTok, Facebook e Instagram e uma rede de assistência técnica que opera em nove países da América Latina. Mas ele também tem um problema: a Apple não gosta do que ele faz.
Em julho de 2023, a empresa enviou uma notificação extrajudicial para Becerra, exigindo que ele parasse de usar o logo da maçã em seus vídeos, sob pena de ação judicial. A Apple não quis comentar o caso.
Becerra não se intimidou e respondeu à notificação com uma defesa do direito ao reparo, uma garantia que existe em alguns países e que permite que os consumidores consertem seus próprios aparelhos eletrônicos, usando peças de reposição e manuais fornecidos pelas fabricantes.
Ele disse que compra as peças que usa em lojas autorizadas nos Estados Unidos, onde o presidente Joe Biden sancionou o direito ao reparo. Ele também disse que consertar os aparelhos é mais ecológico do que reciclar, como a Apple faz.
A Apple enviou um segundo comunicado, dizendo que não tomaria nenhuma medida contra Becerra, desde que ele não usasse mais o logo da maçã. A empresa também o convidou para ser um parceiro autorizado, mas ele recusou, pois isso limitaria o tipo de serviço que ele oferece.
Becerra atende clientes que já perderam a garantia da Apple ou que não ficaram satisfeitos com as lojas oficiais. Ele disse que ainda não veio ao Brasil devido à língua.
No Brasil, não há uma lei específica sobre o direito ao reparo, mas há argumentos jurídicos baseados na defesa do consumidor, da concorrência e do meio ambiente. As empresas, por outro lado, alegam questões de cibersegurança e pirataria.
O tema ganhou destaque durante a pandemia, quando muitas pessoas precisaram consertar seus aparelhos em casa.
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