Foto: Foto: João Paulo Santos
Simpósio de Citricultura em Paranavaí chama a atenção para pragas que ameaçam as plantas cítricas; ações preventivas preveem o manejo correto e controle biológico
O greening (HLB), praga que ameaça a produção de frutas cítricas, já atingiu mais de 150 municípios do Paraná, inclusive a região de Paranavaí, uma dos maiores produtoras de laranja do Estado. Em São Paulo e Minas Gerais, mais de 55 milhões de plantas cítricas foram eliminadas em 288 cidades produtoras.
O alerta é do especialista Rui Pereira Leite, do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR), na abertura do segundo dia do “Simpósio Citricultura” que ocorre no auditório principal da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) – Campus de Paranavaí.
Leite citou o estado da Flórida (EUA) – um dos maiores produtores de laranja do mundo – que está perdendo a batalha para a praga. Naquele território norte-americano, a produção de laranjas reduziu de 250 para menos de 16 milhões de caixas de 40,8 quilos.
A preocupação com o greening e outras pragas que causam grande estrago econômico (pragas quarentenárias) praticamente domina o simpósio e os debates durante o evento. Só a produção de laranjas em Paranavaí representa 30% do PIB do Município.
Outro palestrante, o engenheiro agrônomo Paulo Jorge Pazin Marques, da Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná), lembra que o greening foi identificado no Brasil em 2004, no Estado de São Paulo. Três anos depois já estava no Paraná.
Greening é uma bactéria que ataca o citrus e é disseminada por um inseto (psilídeo). A planta contaminada fica com uma coloração esverdeada bem mais clara, e as folhas tem características nas folhas que demonstram deficiências nutricionais. As sementes se mostram deformadas e o fruto fica diferenciado, bem menor. “É uma preocupação mundial pois não existe resistência genética e tratamentos curativos”, disse o agrônomo.
Como é uma praga capaz de causar grande estrago econômico devido a elevada queda na produção, existe uma legislação que regulamenta o manejo. “Primeiro é pra prevenir a entrada do greening numa região. Porém, em casos como o de Paranavaí, temos que evitar que ela se dissemine”, acrescentou Marques, também responsável pelo programa da Adapar sobre prevenção e vigilância de pragas na fruticultura.
Ainda pela manhã, durante o Simpósio, o especialista Humberto Godoy Andracioli (IDR – Paraná), apresentou o controle biológico com Tamarixia, uma vespinha que está sendo usada como um “inimigo biológico” no manejo do greening dos citros.
Encerrando a programação matinal, o engenheiro agrônomo Antonio Ferreira falou sobre a tecnologia de aplicação na citricultura.
No período da tarde, estão previstas outras palestras sobre difusão de Tecnologia, Cancro cítrico e outras doenças e câmara técnica. Na quinta-feira, além das palestras no período da manhã, haverá uma visita técnica à Agro Pratinha, uma das maiores empresas de citrus do Paraná.
Para o coordenador estadual de fruticultura, Eduardo Augustinho dos Santos, o simpósio quer chamar a atenção não só dos produtores como também da população e consumidores, pois todos estão envolvidos nessa cadeia econômica. “Podemos ter um colapso a ponto de acabar com a citricultura na região”, alertou.
O Paraná conta com 21 mil hectares de plantação de laranjas, 6,5 de tangerina e 1,5 de limões.
Simpósio Citricultura – realização da Associação Maringaense dos Engenheiros Agrônomos, Conselho Regional de Engenharia Agronômica (Crea-PR), Centro Universitário Uningá, Sindicado dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR), IDR-PR, Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Governo do Paraná, Sindicato Rural de Maringá, Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar),Sindicato Rural de Paranavaí, Invaio, Solidariedad, Fundecitrus, Mutua, Corteva, Universidade Estadual do Paraná, Associação dos Engenheiros Agrônomos de Paranavaí e Região (AEA), AgroPratinha, Cocamar, iPonia, Adita e Canal do Agro.
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