Foto: Reprodução / G1
O Brasil está enfrentando uma estagnação no acesso à internet desde o início da pandemia de COVID-19, conforme apontado pela pesquisa TIC Domicílios, conduzida pelo Nic.br (Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR). Após atingir um pico de 83% em 2020, a proporção de domicílios com acesso à internet caiu para 81% em 2021 e 80% em 2022.
Apesar da variação entre 2021 e 2022 estar dentro da margem de erro de 1%, o coordenador da TIC Domicílios, Fabio Storino, aponta que essa estabilização evidencia o fim de uma tendência de crescimento que ocorria desde 2015.
De acordo com a pesquisa, atualmente, o Brasil conta com 149 milhões de pessoas com acesso à internet e 36 milhões sem acesso. A distribuição destes dados evidencia a relação entre exclusão digital e desigualdade social. As áreas urbanas, regiões Sudeste e Nordeste e grupos de menor renda e escolaridade apresentam as maiores taxas de desconexão.
Na análise das razões para a falta de acesso, 28% dos entrevistados afirmaram ser devido ao custo, 26% a falta de habilidade, 16% a falta de interesse, e 7% a falta de necessidade. A falta de interesse foi mais expressiva na classe A, chegando a 90%.
A pesquisa ainda revela que 62% dos usuários (aproximadamente 92 milhões) acessam a internet exclusivamente pelo celular. Entre estes, há uma predominância de mulheres, negros e pardos, e indivíduos com renda abaixo de R$2.900. A limitação do acesso exclusivo pelo celular é ressaltada por Storino, indicando a necessidade de políticas públicas que garantam uma conectividade universal e significativa.
Por fim, a pesquisa mostra uma redução no uso da internet para atividades escolares, que caiu de 45% em 2020 para 40% em 2022, voltando aos níveis anteriores à pandemia. A TIC Domicílios se posiciona como uma ferramenta essencial para subsidiar políticas governamentais que busquem alterar este cenário e promover uma inclusão digital mais efetiva.
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