Foto: Albari Rosa/AEN
No último mês, a Copel registrou no Paraná cinco acidentes causados por drones pulverizadores que se chocaram com a rede elétrica. Os acidentes aconteceram na área rural de Palotina, Londrina, Nova Cantu, Formosa do Oeste e Ubiratã, e provocaram, em algumas situações, desligamentos de energia.
Trata-se dos primeiros casos de acidentes dessa natureza registrados pela companhia no Estado. Os eventos aconteceram após a publicação da nova Resolução 710/2023 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que simplificou as regras para uso de drones em atividades agrícolas, como na dispersão de sementes, fertilizantes e defensivos nas lavouras.
Ao mesmo tempo em que contribui para facilitar o uso de novas tecnologias no campo, a regulamentação demanda maior cuidado e preparação por parte dos pilotos. A colisão de um drone com a rede elétrica, por exemplo, pode provocar queda de energia, causar acidentes com a população e com os profissionais da Copel, além de danos materiais às aeronaves.
Drones são aeronaves não tripuladas. Seu uso é regulamentado pela Anac e coordenado pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), órgão do Ministério da Defesa que controla e organiza os fluxos de tráfego aéreo no Brasil.
Os drones que fazem a pulverização agrícola são aparelhos modernos, que podem carregar até 90 quilogramas de fertilizantes e produtos químicos. Por isso, para fazer um voo com segurança e evitar acidentes, Vitor Marzarotto, coordenador da Frota de Drones da Copel Distribuição – a segunda maior do País – dá algumas dicas.
“O primeiro passo é fazer um planejamento detalhado e informar às autoridades sobre o plano de voo, o que no caso dos drones também é conhecido como ‘solicitação de voo’. Para isso, é necessário acessar o sistema Sarpas, em www.decea.gov.br/drone, e inserir as informações solicitadas pelo Decea”, explica Marzarotto.
O portal também disponibiliza orientações de uso do espaço aéreo e informações sobre a legislação em vigor.
Marzarotto ressalta que essa é uma etapa essencial porque, além de informar as autoridades sobre os detalhes do voo, o condutor vai programar a localização, detalhar o perfil da operação e do voo em si, dentre outras variáveis que influenciam na pilotagem.
“Além disso, para evitar acidentes com a rede da Copel é possível inserir uma barreira virtual no programa que é utilizado para controlar o drone. Isso nada mais é do que desenhar o mapa, a área de voo, no programa e definir um espaço que ele não deve ultrapassar – no caso, o local onde está a rede”, acrescenta. Com esse recurso, o drone pode manter uma distância de segurança da rede e não corre o risco de chocar-se com ela. Essa precaução também facilita voos noturnos, em que a visibilidade é reduzida.
Marzarotto lembra ainda que a operação de drones é uma atividade especializada, que exige conhecimento e capacitação. “Para realizar um voo com segurança e eficiência é necessário treinamento e prática. Com a simplificação das regras de voo para drones pulverizadores, os pilotos precisam estar preparados. Para isso, é necessário conhecer a legislação, as regras básicas de voos e praticar muito”, afirma.
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