Avanços no tratamento do câncer: a contribuição inovadora dos cães

Os cães estão na linha de frente de pesquisas inovadoras no combate ao câncer humano, particularmente o osteossarcoma, um tipo de câncer ósseo.

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    Os cães estão na linha de frente de pesquisas inovadoras no combate ao câncer humano, particularmente o osteossarcoma, um tipo de câncer ósseo. Esses avanços prometem transformar os tratamentos oncológicos para ambas as espécies nos próximos anos.

    Os estudos estão explorando as similaridades genéticas entre o osteossarcoma em cães domésticos e humanos, o que possibilitou a replicação de tratamentos caninos em humanos, com resultados encorajadores até agora.

    O osteossarcoma, embora raro em humanos e mais comum em crianças e adolescentes, é bastante prevalente em cães domésticos, com uma incidência dez vezes maior do que em humanos. Esta alta incidência em cães domésticos oferece uma oportunidade única para o estudo e desenvolvimento de tratamentos para o câncer.

    A oncologista veterinária Cheryl London, da Universidade Tufts, destaca a importância da participação dos cães e seus tutores nesses estudos. O Comparative Oncology Trials Consortium (COTC), uma iniciativa que envolve 22 instituições acadêmicas dos EUA e Canadá, busca integrar a pesquisa do câncer canino ao tratamento humano.

    Os estudos oncológicos com cães domésticos oferecem várias vantagens, incluindo a menor exigência regulatória em comparação aos estudos humanos, tornando a testagem de medicamentos off-label mais simples e econômica. Além disso, esses cães desenvolvem cânceres de forma natural, em contraste com roedores de laboratório, onde os tumores precisam ser induzidos.

    Um dos exemplos mais significativos do impacto desses estudos é uma pesquisa da Universidade Estadual do Colorado, que descreve um tratamento bem-sucedido para osteossarcoma canino usando uma combinação de um medicamento oncológico, toceranib, e um medicamento para pressão alta, losartan. Esse tratamento foi capaz de reduzir ou estabilizar o crescimento dos tumores ósseos em 50% dos cães, com quase 30% deles mostrando regressão do câncer.

    Esses resultados promissores levaram à implementação deste protocolo, com doses ajustadas, em testes clínicos com crianças com osteossarcoma. Outra pesquisa, conduzida pela empresa George Clinical, está avaliando a eficácia em humanos de uma vacina experimental contra o osteossarcoma, já testada em cães, que utiliza uma bactéria enfraquecida, a Listeria monocytogenes.

    Se confirmada a eficácia desta vacina, o composto poderá estimular o sistema imunológico do paciente a combater as células tumorais. Os primeiros resultados desses estudos são esperados ainda este ano.

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