Eduardo Appio, substituto do ex-juiz maringaense em Curitiba, foi responsável por conduzir o depoimento do advogado Rodrigo Tacla, que acusa Moro e Dallagnol de extorsão.
Após conduzir o depoimento do advogado Rodrigo Tacla Duran, réu por lavagem de dinheiro para a Oderbrecht no âmbito da Operação Lava Jato, o juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal de Curitiba, pediu reforço na segurança particular, alegando receber ameaças. As informações são do portal G1.
Na última segunda-feira (27), Tacla disse em depoimento ao juiz que foi vítima de tentativas de extorsão por parte do agora senador Sergio Moro (União Brasil) e do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos), quando ambos estavam no comando da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.
Durante o auge da operação, Dallagnol foi procurador federal, enquanto Moro foi juiz federal. Juntos, eles conduziram grande parte das investigações e condenações de envolvidos em escândalos de corrupção dentro do governo federal, entre elas a envolvendo o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O depoimento de Tacla foi o primeiro dado à Justiça desde 2016. Na conversa, ele afirma que Moro e Dallagnol insistiam em “manter contato com ele” fora do âmbito jurídico da investigação. O objetivo do interrogatório de segunda-feira (27) era questionar o réu sobre a revogação de uma ordem de prisão preventiva contra ele.
Após o caso ganhar notoriedade, Eduardo Appio, que assumiu o comando da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba no começo do ano, no cargo que um dia já foi do ex-juiz maringaense, afirma estar sofrendo ameaças. Em um pedido encaminhado ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), Appio diz que as ameaças são “consequência direta do poderio econômico, social (redes sociais) e político exercido” pelo ex-juiz e atual senador Moro e também pelo ex-procurador da Lava Jato e atual deputado federal Dallagnol.
O novo juiz da 13ª Vara Federal pediu o uso de um carro blindado pelos próximos 60 dias. O pedido ainda precisa ser apreciado pelo TRF-4 e não há data para que isso aconteça.
Foto: Reprodução/Justiça Federal
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