O desenvolvimento exponencial das novas tecnologias mudou radicalmente a forma como os seres humanos se relacionam entre si e como as várias organizações interagem. Neste ambiente de mudanças rápidas e constantes, é fundamental compreender o papel que a informação e a inteligência de negócios desempenham nos processos de tomada de decisão. Desta necessidade surge o relatório Deep Digital Journey: o impacto da transformação digital nos negócios, encomendado pela LLYC e realizado pelo ROI Marketing Institute, que tira um raio-x claro da relação entre tecnologias, marketing e comunicação, e sua conexão com o negócio, publicado em 31 de outubro de 2022.
Elaborado por meio de pesquisas com consumidores e mais de 124 empresas em 11 países onde a empresa está presente, divididas em duas regiões: Península Ibérica (Espanha e Portugal) e América Latina (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Panamá , Peru e República Dominicana), o estudo observa a análise dos comportamentos, percepções e expectativas dos consumidores, mas também das empresas, e conclui que aquelas que medem o ROI (retorno do investimento) dos seus projetos e campanhas de marketing e comunicação melhoram a sua rentabilidade em quase 31% em média, em comparação para aqueles que não. As empresas que afirmam ter objetivos de negócios em seus planos de marketing e comunicação ganham, em média, 8,8% a mais do que aquelas que não têm.
O relatório reflete que as empresas ainda não conseguem determinar o quanto o marketing influencia as decisões de compra dos consumidores. Especificamente, 74% das instituições pesquisadas na América Latina ainda não utilizam modelos de atribuição que lhes permitam entender claramente como marketing, comunicação e relações públicas impactam seus resultados de negócios. Apenas 12% afirmam que utilizam o retorno sobre o investimento (ROI) como um tipo de dado em seus planos de monitoramento.
As empresas não estão focadas no consumidor
O estudo aponta também que as empresas não estão focadas no consumidor. A transformação digital obriga-as a terem um foco maior nos clientes. Uma centralidade no seu público que deriva da experiência e percepção dos consumidores da marca e seus serviços. No entanto, como mostra o estudo, há uma falta significativa de alinhamento e coerência entre o que os influencia em suas decisões de compra, o que acreditam ser influente para os consumidores e onde eles colocam seus esforços.
Os consumidores da América Latina colocam as Redes Sociais como a mídia mais influente em primeiro lugar (15,4%), seguidas pelos mecanismos de busca (11,7%) e recomendações de conhecidos (11,1%). Quanto aos demais fatores de influência, priorizam a reputação (13,8%), depois o preço (13,2%) e, por fim, a disponibilidade de opções (12,7%). Para Maíra Fontoura, diretora de Deep Digital Business da LLYC Brasil, ”é preciso que as empresas estejam atentas e alinhadas às transformações digitais que vêm ocorrendo, usando-as como aliada na prestação de um bom atendimento aos seus clientes, a fim de suprir suas demandas para seguir alcançando seus objetivos de médio e longo prazo”. Para ela, “a tecnologia ajuda a criar estratégias cada vez mais eficazes, resultando uma melhor eficiência nas campanhas realizadas, promovendo uma experiência digital transformadora para o cliente e seus diferentes stakeholders”.
Apostar na transformação digital melhora os resultados.
Outra das conclusões é que a adoção de novas tecnologias que permitam compreender o que o cliente pensa, o que ele diz e o que o ele faz através da captura de dados é determinante para a rentabilidade das empresas.
Especificamente, a lucratividade média das empresas que utilizam soluções de Big Data para analisar conversas sociais em ambientes digitais é quase 22% superior àquelas que não as utilizam. A adoção de soluções avançadas de inteligência que permitam medir a reputação e o nível de recomendação de uma determinada marca é fundamental para que as companhias possam tomar decisões informadas que lhes permitam adotar medidas de melhoria. Algo fundamental considerando que a reputação é o segundo fator mais influente nas decisões de compra do consumidor, e as recomendações de conhecidos o segundo meio mais utilizado e influente.
Ao mesmo tempo, o estudo também demonstra como as empresas que conseguem colocar esse conhecimento em prática adotando tecnologias que permitem personalizar a experiência do usuário obtêm melhores resultados de negócios: organizações que usam interfaces alimentadas por inteligência artificial são 57,2% mais lucrativas em média do que aqueles que não os utilizam; empresas que automatizam processos de geração de campanhas melhoram sua lucratividade em 12,6%, e as que possuem um funil de conversão definido por meio do uso de ativos digitais são, em média, 15,6% mais rentáveis do que aquelas que não possuem.
Estadão Conteúdo
Foto: Photo Mix/Pixabay
Comentários estão fechados.