35% da população infanto-juvenil leva o tema racismo para conversar em casa

45% falam sobre bullying; 20%, sobre identidade de gênero; 38% questionam preconceito e intolerância; e 17%, violência doméstica.

  • Pesquisa realizada sobre as Gerações Alpha e Z – nascidos a partir de 2010, a primeira geração a ser considerada 100% digital, e os nascidos de 2000 a 2010, com idades 9 e 19 anos, respectivamente – descobre os principais temas conversados entre eles e os adultos com os quais convivem.

    A Hibou – empresa de pesquisa e insights de mercado e consumo – aproveitou o mês de outubro para, além de um momento de celebração, promover uma reflexão. Em entrevista com mais de 1600 brasileiros adultos que convivem com crianças de até 14 anos e adolescentes de até 19 anos, a empresa descobriu quais são os assuntos mais levados pela Geração Alpha e Z para dentro de casa.

    O estudo intitulado “Influência Infantil” levantou entre 25 temas neste universo de grande acesso à tecnologia e às informações, quais são os que chegam mais às casas dos brasileiros. Os dez assuntos mais levados pela turma de até 19 anos para conversas em casa trazem uma realidade de impacto social importante.

    Os assuntos podem ser divididos em 3 grandes grupos:

    Comportamento: onde é essencial o diálogo que aproxima gerações e ajuda a desmistificar preconceitos: bullying (45%); respeito às diferenças (45%); segurança fora de casa (37%); preconceito/intolerância; racismo (35%);

    Um olhar interessante para segurança fora de casa, onde 4 em 10 crianças e adolescentes conversam sobre sua segurança em tempos de redes sociais e mensagerias.

    Meio ambiente: aparece com relevância entre os assuntos importantes para essa nova geração que quer viver em um mundo melhor, mais empático e mais bem cuidado: proteger os animais (33%); reciclagem do lixo (32%); e desperdício de água (31%).

    Futuro profissional: já está na pauta das Gerações Alpha e Z questões como a mudança do mercado, o aprendizado financeiro e o surgimento de novos cargos, que levam a curiosidade para o debate em casa: dinheiro/educação financeira (32%); novas profissões e carreiras digitais (31%)

    Os temas surgem na interação entre crianças, adolescentes e adultos por não apenas por meio de conversas, opiniões e dúvidas, mas também com uma linguagem atual muito consumida e praticada por essa geração, como posts, memes, vídeos ou similares.

    “As pautas sobre a tolerância e compreensão sobre o outro trazem à tona o sentimento e o alerta sobre empatia, autocuidado e preservação da segurança dessa geração. É possível observar que a maior parte dos temas estão relacionados ao convívio social e preocupação com o planeta reforçando a importância de bons conteúdos para esse público em fase de formação”, observa Ligia Mello, coordenadora da pesquisa e sócia da Hibou.

    Além dos 10 mais citados, também foram comentados: o uso de drogas (26%); diversidade (24%); sexo/sexualidade (24%); inclusão (22%); sustentabilidade (21%); identidade de gênero(20%); desmatamento(19%); relacionamento homoafetivo (19%); violência doméstica (17%); e o consumo de cigarros eletrônicos (17%).

    As Gerações Alpha e Z influenciam nas compras?

    As novas gerações são formadas por crianças e adolescentes que estão antenadas para o mundo e, com a ajuda da tecnologia, possuem acesso a muito mais informações e opiniões. A partir desta rotina, eles adquirem uma voz ativa e de influência direta no momento de compra de produtos e serviços.

    Entre 25 segmentos listados, os cinco com maior poder de escolha são os passeios/eventos/cinema (61%); tecnologia – celular, TV, computador (58%); alimentos: bolachas, biscoitos, pães (56%); materiais de papelaria (55%); e calçados (54%).

    “Muitas das decisões em família passam pela opinião infanto-juvenil, de acordo com os adultos que se dispõem a ouvi-los. Para o mercado, é importante estar atento às tendências e a realidade das coisas, pois é uma geração que busca essa clareza de informações. Estes dados e as curvas de aprendizado em maturação são informações essenciais para o mercado ter estratégias de longo prazo que gerem boas experiências familiares”, finaliza Ligia.

    Metodologia

    A pesquisa “Influencia Infantil” foi desenvolvida pela Hibou por painel digital com 1646 pessoas que têm convívio com crianças e adolescentes, em todo o Brasil, com 2,4% de margem de erro.

    Foto: CDC | Unsplash

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