Nesta segunda-feira (20), senadores e especialistas realizaram uma audiência pública da Subcomissão Temporária para Acompanhamento da Educação na Pandemia, que é vinculada à Comissão de Educação (CE).
Os profissionais discutiram sobre como recuperar os prejuízos causados pela pandemia da Covid-19 na educação.
A presidente do Instituto Articule, Alessandra Gotti, diz que depois de 30 meses de pandemia, os estudantes brasileiros perderam, em média, 279 dias de aulas presenciais. Em alguns municípios, foram praticamente dois anos sem aulas. O governo deve, agora, trazer de volta os alunos que deixaram a escola neste período.
“Essas perdas são reversíveis, se tivermos foco. O fato de as escolas terem ficado fechadas traz um grande desafio. No ensino médio, a gente verificou que, de 2020 para 2021, a taxa de abandono escolar dobrou, de 2,3% para 5%. É fundamental ter mais tempo na escola para que esses alunos possam recompor e recuperar a aprendizagem, seja de forma presencial ou híbrida. Precisamos priorizar os estudantes mais vulneráveis com acesso ao tempo integral. Inclusive pensar em apoio financeiro para esses estudantes”, explicou Gotti.
Segundo Carolina Ilidia Faria, representante do instituto, a educação em tempo integral teve um efeito direto sobre os indicadores de homicídio entre os jovens em Pernambuco.
“A educação pública, bem implementada e com resultados consistentes, pode trazer muito mais do que resultados de aprendizagem. Os resultados transbordam para outros indicadores socioeconômicos. A implementação das escolas em tempo integral promove uma queda de 30% a 40% nas taxas de homicídios entre jovens de 15 a 19 anos ao longo de dez anos”, disse Carolina.
Com informações da Agência Senado.
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