Em pouco mais de dois anos da pandemia de covid-19, ainda há quem nunca tenha se infectado. Mas a nova alta de casos – com o número de registros chegando a dobrar, como mostrou o Estadão – tem atingido parte dessas pessoas.
A publicitária Ana Beatriz Bento, de 23 anos, moradora do Jardim Guapira, na zona norte da cidade de São Paulo, fez o teste após sentir sintomas gripais no dia 30. O resultado deu positivo. “Achava que depois de ter passado tanto tempo, e de ter recebido três doses da vacina, seria mais difícil pegar”, explica. “Mesmo com a liberação de tudo, tenho tentado evitar lugares com aglomeração. E mesmo assim peguei.”
Especialistas reforçam que, além de reduzir as chances de a covid evoluir para quadros graves, a vacina também diminui os riscos de contaminação. Ainda assim, mesmo pessoas vacinadas podem se infectar e transmitir a doença – sobretudo em cenários de alta de casos. “Os sintomas apareceram bem repentinamente. Eu acordei no meio da noite com uma dor de garganta terrível e durante os três primeiros dias os sintomas foram se agravando”, conta a publicitária, que também relata ter sentido dor no corpo e fraqueza.
Mestranda de Ciência dos Alimentos, Mariana Medina, de 26 anos, também ficou surpresa ao receber o primeiro diagnóstico positivo para covid, no fim de maio. “Foi um choque, mas infelizmente estamos expostos a este tipo de risco no meio de uma pandemia”, diz ela, moradora do Butantã, zona oeste da capital paulista. “Achava que seria inevitável, mas sempre tentei tomar o máximo de cuidado possível para evitar me infectar. Sempre uso máscara PFF2 (considerada a mais eficiente), carrego um frasco de álcool 70% na bolsa quando tenho de sair, lavo as mãos sempre que possível e evito aglomerações.”
A nova alta de casos também contaminou pela primeira vez o analista administrativo Pedro Nelson, de 31 anos, que recebeu o teste positivo no domingo, mesmo sem apresentar sintomas. Morador de São Bernardo do Campo, ele relata ter feito o teste depois que a mulher, que trabalha em uma farmácia, se contaminou
VIAGENS
No caso da engenheira eletricista Laíza Coelho, de 34 anos, o teste positivo saiu no sábado. “Comecei a sentir um incômodo na garganta e cansaço na sexta-feira. No outro dia já apresentava febre, coriza e dores no corpo”, conta. Moradora do Rio de Janeiro, ela também nunca havia sido infectada. Como possível causa da primeira contaminação, ela aponta uma viagem de ônibus a São Paulo, no dia 31.
O primeiro teste positivo do arquiteto Wilson Iwazawa, de 41 anos, também veio após uma viagem, mas de avião. Após ir ao Nepal a passeio, ele relata ter sentido sintomas poucos dias após desembarcar no Aeroporto de Guarulhos. “Cheguei de viagem no domingo à noite. Na terça-feira, estava me sentindo meio cansado, estranho. Na quarta-feira, iria receber amigos em casa, então, para segurança deles, comprei um auto teste e fiz. ‘Positivou’”, conta ele, que é morador de Belo Horizonte.
Estadão Conteúdo por Ítalo lo Re
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