Levantamento recente realizado pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) mostrou que um em cada cinco médicos recém-formados optam por migrar de estado para exercer a profissão. De acordo com o estudo, entre os anos de 2018 e 2021, 22% dos novos profissionais registrados no CFM escolheram se registrar em uma Unidade da Federação diferente de onde se formaram – foram 16 249 profissionais se estabelecendo em outros estados para exercer a profissão em um universo de quase 72 mil egressos das faculdades de Medicina do país.
‘A migração interna de médicos é determinada por questões econômicas, sociais e demográficas, há fatores individuais e profissionais associados à decisão de mudar’, afirma Mauro Ribeiro, presidente do CFM. Em sua avaliação, a abertura de escolas médicas ao longo das últimas décadas não foi capaz de induzir a permanência de médicos nos chamados locais de difícil provimento.
Traduzindo em números, houve um crescimento de 258% no número de faculdades de Medicina no país entre os anos de 1997 (eram 85) e 2019 (passaram a ser 305). E se, em São Paulo, houve uma atração de um contingente de quase 4 mil médicos neste período – visto que foram formados 12.812 médicos, mas houve o registro de 16 773 profissionais -, os estados do Acre, Tocantins e Rondônia perderam mais da metade dos seus egressos.
Ainda de acordo com o estudo do CFM, a probabilidade de um médico recém-formado da região Norte se mudar para outro estado após a conclusão do curso de graduação é de 25%, ao passo que no Sul e no Sudeste, o índice é de apenas 7%. No Centro-Oeste e no Nordeste, a taxa é de 13%.
Estadão Conteúdo / Foto: Arquivo-Agência Brasil
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