Você já ouviu falar em “pobreza menstrual”? É fato que a pobreza é um problema que prejudica todos os tipos de pessoa, mas esse é um assunto que desproporcionalmente afeta mulheres e adolescentes em situação de vulnerabilidade.
Esse termo se refere à falta de acesso a produtos básicos para manter uma boa higiene no período da menstruação.
Muitas famílias não têm condições financeiras para adquirir recursos e necessidades mínimas para lidar com o período menstrual, o que envolve condições sanitárias (absorventes ou coletores menstruais, sabonetes, água, papel higiênico) e infraestrutura adequada (banheiros seguros, saneamento básico, coleta de lixo).
Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), o acesso à higiene menstrual é um direito, e a ausência dessas condições fere a dignidade humana, pode trazer danos à saúde pública e ao bem-estar e até prejudicar o processo educacional (questões que serão aprofundadas posteriormente). Apesar disso, infelizmente, a garantia desse direito não é uma realidade.
Segundo o relatório “Livre para Menstruar”, elaborado pelo Girl Up, em escala global, 500 milhões de meninas e mulheres não dispõem de instalações para cuidar de sua higiene menstrual, e 1,5 milhão de brasileiras não têm sequer um banheiro em casa. Ainda mais alarmante que isso, o relatório também demonstra que 213 mil meninas brasileiras nem mesmo têm acesso a banheiros em condições de uso nas próprias escolas.
Assim, fica claro que o simples ato de menstruar – algo que é tão natural – pode ser muito desafiador, em especial para pessoas em situação de pobreza e vulnerabilidade.
Com isso em mente, o Instituto Educadoras do Brasil criou, em parceria com o Grupo Educacional Eficaz, a Campanha Nacional “Adote um ciclo”. Com início em junho de 2021, o projeto tem como objetivo arrecadar absorventes higiênicos e doar para alunas de escolas públicas e comunidades vulneráveis e, assim, oferecer a elas uma vida mais digna.
A campanha visa arrecadar absorventes higiênicos e descartáveis para meninas e mulheres em vulnerabilidade social, com pontos de coleta em Maringá e Sarandi.
Impactos da pobreza menstrual
Um dos maiores problemas da falta de acesso à itens básicos para gerenciar a menstruação é que isso leva muitas estudantes a faltar em aulas durante o período menstrual, o que, consequentemente, prejudica seus rendimentos escolares e muitas vezes leva à evasão escolar.
A pobreza menstrual também causa impactos na saúde íntima. Por não ter acesso à produtos higiênicos, muitas meninas e mulheres se veem obrigadas a utilizar alternativas baratas, como: panos velhos, papel higiênico, folhas de jornal ou até miolo de pão. Essa é outra questão preocupante, porque, além desses materiais não serem adequados para conter a menstruação, também podem trazer sérios danos à saúde física, como irritações, alergias e até infecções graves.
Além desses recursos físicos – que são extremamente importantes –, o Projeto Adote um Ciclo também visa proporcionar uma educação mais apropriada sobre o ciclo menstrual, através de uma comunicação aberta e honesta. “Nós estamos trabalhando para realmente trazer essa educação menstrual com acesso também à informação, além da saúde e qualidade de vida”, explica Amanda Chaves, diretora e mantenedora do Grupo Educacional Eficaz.
Como ajudar?
A ação vai até o dia 31 de março, em homenagem ao mês da mulher. As instituições beneficiárias serão:
I – Instituições de Ensino – Os absorventes serão entregues aos diretores das escolas municipais, estaduais e as que ficam dentro de comunidades. Os diretores encaminharão às suas respectivas alunas.
II – Mulheres que vivem em periferia – Os absorventes serão entregues nas associações de bairro que ficam nas periferias e apoiam as mulheres.
III – UBS – Unidades Básicas de Saúde – para que sejam doadas às meninas e mulheres como incentivo a realização de seus exames preventivos para os cuidados com a saúde.
Para levar uma doação, veja a seguir os pontos de coleta disponíveis:
– MARINGÁ
– Faculdade Eficaz – Av. João Paulino Vieira Filho, 729 – Novo Centro
– Colégio Eficaz – Rua das Camélias, 756 – Jardim San Remo
– 44 Car Service – Av. Arquiteto Nildo Ribeiro da Rocha, 3949 – Jardim Higienópolis
– Clínica de Psicologia Juciane Fregadolli – Rua Santos Dumont 2314, sala 302
– Loja ARRAZZE. Av. Pedro Taques, 1971A – Jardim Alvorada
– Estacionamento da Laylla – Rua Santos Dumont, 2515, Centro.
SARANDI
– Elefante Store: Rua Vaz Caminha, 352 – Parque Pioneiro
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