MUPA promove mesa-redonda que relaciona arte, natureza e colonização

O diálogo que o artista Jaime Lauriano pretende ter com o público tem como ponto de partida a sua obra “Nessa terra, em se plantando, tudo dá”.

  • Foto: Site oficial MUPA

    No próximo sábado, 19 de fevereiro, o Museu Paranaense (MUPA) irá promover a mesa-redonda “Nessa terra, em se plantando, tudo dá: diálogos sobre arte, natureza e colonização”. A atividade integra a programação geral do Programa Público “Se enfiasse os pés na terra: relações entre humanos e plantas” e a mesa convida a curadora Fernanda Pitta e o artista Jaime Lauriano para as reflexões junto ao público. A entrada será gratuita, e para participar da mesa-redonda não é necessário inscrever-se previamente. A liberação dos lugares será realizada a partir de 16h30, por ordem de chegada, até completar a capacidade do local.

    A fala da curadora Fernanda Pitta parte da indagação: e se pudéssemos pensar as relações entre arte e natureza no Brasil, ou pelo menos em alguns dos capítulos dessa história, como perpassada por processos não só de colonização mas também de autocolonização? A partir do termo utilizado pela historiadora Armelle Enders para descrever processo de dominação do território brasileiro – como um processo de dominação interno e não externo, do bandeirantismo à expansão do “progresso” no século XX no Brasil – serão abordadas as contradições desse processo e seu impacto sobre as artes visuais brasileiras.

     

    A curadora Fernanda Pitta / Foto: Levi Fanan
     A obra ” Nessa terra, em se plantando, tudo dá” / foto por Isabella Matheus/Pinacoteca

    O diálogo que o artista Jaime Lauriano pretende ter com o público tem como ponto de partida a sua obra que dá título à mesa. A obra Nessa terra, em se plantando, tudo dá, de 2015, e que hoje integra o acervo da Pinacoteca de São Paulo, consiste em uma muda de pau-brasil, que cresce dentro de uma estufa até que as suas raízes e galhos destruam a própria estrutura que permite o crescimento da muda. Esta violência imposta sobre a arquitetura da estufa alude às violências aplicadas aos povos nativos da América Latina com o processo de colonização. Ao destruir a estrutura que a contém, a muda de pau-brasil estará fadada a sua própria destruição, condicionando assim a sua existência ao seu aprisionamento.

    O artista Jaime Lauriano / Foto: SECC

     Informações Agência Estadual de Notícias 

     

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